Boaventura de Sousa Santos suspenso enquanto durar a investigação sobre os alegados abusos sexuais

Milton Martínez / Secretaría de Cultura de la Ciudad de México

Boaventura de Sousa Santos

A direção do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra anunciou esta sexta-feira que o seu diretor emérito, Boaventura de Sousa Santos, e o investigador Bruno Sena Martins, envolvidos em alegações de assédio e abuso sexual nos últimos dias, estão suspensos.

De acordo com um comunicado do CES, citado pelo Público, ambos estão suspensos “de todos os cargos que ocupavam” enquanto durar a investigação de uma comissão independente, cuja constituição foi anunciada na terça-feira.

No início da semana, a entidade anunciou que ia nomear uma comissão independente para investigar alegações de assédio sexual e moral na instituição. Será composto por dois elementos externos e pela provedora do CES, Sílvia Portugal.

No comunicado, o CES também se “demarca” de “todas as posições assumidas publicamente por Boaventura de Sousa Santos e Bruno Sena Martins” nos últimos dias, “nomeadamente no que respeita à intenção de avançar judicialmente contra as autoras” do capítulo do livro ‘Sexual Misconduct in Academia – Informing an Ethics of Care in the University’.

As acusações de má conduta sexual são feitas por Lieselotte Viaene, Catarina Laranjeiro e Miye Nadya, três investigadoras que passaram pelo centro, num capítulo de um livro publicado por uma editora britânica. Não identificam a instituição nem usem qualquer nome próprio, mas a direção admitiu que as situações retratadas “terão ocorrido no âmbito do CES”.

Nos últimos dias, Boaventura de Sousa Santos e Bruno Sena Martins admitiram ser os alvos dessas alegações. Entretanto, mais duas mulheres vieram a público fazer acusações de assédio sexual contra o fundador do CES.

“Os atuais membros dos órgãos de gestão declaram que não têm conhecimento de tentativas de averiguação ou ocultação de eventuais condutas inadequadas que tenham ocorrido no passado”, pode ler-se no comunicado.

Os responsáveis disseram ainda que, quando os graffiti mencionados no referido artigo – que remontam a 2018 e apontavam o nome do diretor emérito como responsável por má conduta sexual – não foram “acompanhados de participações formais”, mas “suscitaram na instituição a necessidade de constituir mecanismos mais explícitos de regulação e de denúncia”.

Em 2019, foi criado o Código de Conduta do CES e, no final de 2020, foi instituída a Provedoria, que iniciou a atividade em 2021. Desde que foi criada, o CES informa que a Provedoria recebeu duas queixas, nenhuma delas por assédio moral ou sexual.

ZAP //

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