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Atribuição de certificados de imunidade tem de ser vista com cuidado

A imunologista Akiko Iwasaki diz que “ter anticorpos” contra o coronavírus “não significa” que “se vai estar protegido de uma reinfeção” ou que “não se vai contagiar”.

A imunologista japonesa Akiko Iwasaki afirmou, esta segunda-feira, que a atribuição de certificados de imunidade a pessoas com anticorpos contra o novo coronavírus “tem de ser considerada com cuidado”, uma vez que estas pessoas podem não estar totalmente imunes.

Iwasaki, que participou numa videoconferência promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian sobre as respostas sanitárias, económicas e políticas à covid-19, disse que a concessão de um “passaporte para a imunidade” desta doença respiratória, defendida pela Alemanha, “tem de ser considerada com cuidado”.

Ter anticorpos”, por si só, contra o coronavírus SARS-CoV-2 “não significa” que “se vai estar protegido de uma reinfeção” ou que “não se vai contagiar” alguém, sustentou.

Segundo a investigadora da Yale School of Medicine, nos Estados Unidos, as pessoas com anticorpos “podem potencialmente transmitir o vírus”, pelo que “é muito cedo” pensar que estão protegidas e não vão transmitir a infeção.

Corroborando a cautela de Iwasaki, o diretor do Instituto Pasteur, Stewart Cole, defendeu que é preciso “mais tempo” para se saber quais os “anticorpos específicos” que se vão ligar ao coronavírus e conferir uma proteção do organismo contra a covid-19. Nesse sentido, o microbiologista sublinhou que “é muito cedo” para dizer que tipo de vacina, que induz a produção de anticorpos, será mais eficiente para prevenir a doença.

Os anticorpos são glicoproteínas produzidas e expelidas pelas células plasmáticas – células que existem no soro sanguíneo – para responder a uma substância estranha ao organismo, como um vírus ou uma bactéria.

A Alemanha pretende atribuir certificados de imunidade às pessoas para evitar que as medidas restritivas de contenção da propagação da pandemia, como o isolamento social, estrangulem a economia do país e as pessoas possam regressar aos poucos à sua vida normal, nomeadamente trabalhar.

ZAP // Lusa

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