Corrida aos Certificados de Aforro gera fuga histórica de depósitos nos bancos

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Mário Cruz / Lusa

“É a maior queda de sempre.” Janeiro registou uma fuga histórica de dinheiro dos depósitos em Bancos ao mesmo tempo que houve uma subida sem precedentes na subscrição de Certificados de Aforro. A “culpa” é toda dos juros.

O rendimento dos Certificados de Aforro atinge, neste mês de Março, o tecto máximo permitido por lei que é de 3,5%.

Este valor, embora ainda inferior ao da inflação, é superior às taxas de juro praticadas pelos Bancos, o que ajuda a explicar a corrida a este veículo de poupança.

Em Janeiro deste ano, registou-se uma “subida histórica de 14,8% das subscrições líquidas de Certificados de Aforro, num valor global de 2,9 mil milhões de euros“, avança o Eco com base em dados do Banco de Portugal.

Ao mesmo tempo, registou-se “a maior queda de sempre” nos depósitos em Bancos, com uma fuga de 2,5 mil milhões de euros, ainda segundo a mesma publicação. “Foi a maior perda percentual da banca desde Agosto de 2017”, aponta o Eco.

Estes dois fenómenos estão directamente ligados, com muitas pessoas a retirarem dinheiro dos depósitos bancários para os aplicarem nestes Certificados de títulos da dívida pública.

“Certificados de Aforro minimizam impacto” da inflação

“As taxas de juro no crédito à habitação estão a aumentar, mas a remuneração que dão às pessoas por terem o dinheiro no banco não é a justa”, explica ao Dinheiro Vivo o analista financeiro da Deco Proteste, António Ribeiro.

Nos últimos dias, alguns bancos anunciaram alterações, com subidas nos juros, mas apenas para certos clientes, e com valores ainda pouco significativos.

A actual conjuntura “quase concertada entre os bancos, sobretudo os maiores, está-lhes a ser conveniente”, nota António Ribeiro. O analista prevê, portanto, que os grandes bancos não devem fazer muitas mudanças porque “não têm tanta necessidade de liquidez”.

Deste modo, os Certificados de Aforro são a melhor solução de poupança para as famílias, segundo o analista da Deco Proteste.

A remuneração dos Certificados de Aforro tem vindo a subir desde Janeiro de 2022, passando de 0,41% para os actuais 3,5%.

A Euribor influencia directamente a remuneração destes Certificados. Mas, mesmo que continue a subir, os rendimentos destes não a acompanharão por via do tecto máximo de 3,5% definido. Ainda assim, é um valor mais alto do que o que tem sido praticado pelos Bancos nos juros dos depósitos a prazo.

“Com uma taxa de inflação tão elevada”, quem tem dinheiro no banco está “a sofrer perdas reais nos depósitos“, nota António Ribeiro. “Mesmo não tendo uma taxa superior à inflação, os Certificados de Aforro minimizam o impacto“, refere.

Como funcionam os Certificados de Aforro?

Os certificados de aforro são produtos de poupança que permitem acumular juros de três em três meses. Estes juros são novamente aplicados para renderem mais juros, aumentando assim, as suas possibilidades de retorno de rendimentos.

Além dos juros, também oferecem um prémio de permanência.

Como os subscrever?

Deve dirigir-se a uma Loja CTT ou ao Espaço Cidadão. Para fazer a subscriação deve fazer-se acompanhar do seu documento de identificação (Bilhete de Identidade, Cartão de Cidadão, passaporte ou autorização de residência se for estrangeiro residente em Portugal) e do número de contribuinte (NIF).

Também tem de apresentar um comprovativo de conta bancária com o seu IBAN e o nome do titular da respectiva conta.

São um investimento seguro?

Os Certificados de Aforro não implicam riscos porque têm a garantia do Estado.

ZAP //

6 Comments

  1. Foi o que eu fiz . Passei do banco para os CTT (Certificados de Aforro. Os bancos querem é mama, com taxas de juros miseráveis. E ainda levam um valor mensal de manutenção de conta, Por isso é que estão com milhões e milhões de lucros anuais.

  2. Se todos os Portugueses fugirem dos bancos eles logo correm atrás deles= Ladrão persegue sempre a vitima.
    Deveríamos todos fazer isso com os hipermercados, construtores, etc, e de certeza que esses oportunistas descarados também desciam os preços de forma significativa.
    A especulação foi criada por estes 3 grandes grupos de ladrões

  3. isto das comissões é um pote de ouro para bancos.
    obrigam-nos a ter conta para depois fazerem um assalto com as taxas e comissões.
    a ganancia dos bancos na questão das taxas e taxinhas não acaba com a transferência do dinheiro para os certificados de aforro.
    desde que tenha conta num banco (independentemente de ter muito ou pouco dinheiro nela), já paga as comissões.
    acho que o valor é igual para todos os bancos

  4. Miguel
    Como a inflação está a baixar e os depósitos nos bancos desapareceram, o governo quer agora ajudar os ladrões dos banqueiros, baixando a taxa para os 2,5% nos certificados de aforro baixando a taxa para os 2,5. Os portugueses não deveriam pedir empréstimos aos ladrões dos banqueiros, os portugueses que se juntem e criem um banco do povo para o povo,

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