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Centenas de pessoas na manifestação do Chega. Ventura quer afastar “fantasma” sobre racismo em Portugal

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Manuel de Almeida / Lusa

Centenas de pessoas participaram este domingo em Lisboa numa manifestação promovida pelo Chega para dizer que “Portugal não é racista” e tentar afastar “esse fantasma” que assola o país sempre que algo de trágico acontece.

“Em Portugal não há racismo estrutural”, disse o presidente demissionário do Chega, em declarações aos jornalistas antes do arranque da marcha que, durante mais de uma hora, percorreu a Rua da Prata e do Ouro, terminando ao final da tarde com um intervenção de André Ventura na Praça do Município.

Defendendo que “o fantasma da hipocrisia sobre o racismo não continuará a vingar”, André Ventura reiterou que, tal como já tinha prometido, o seu partido promoverá uma marcha “sempre que a esquerda e a extrema-esquerda” insistirem em colocar o tema do racismo na agenda política.

“Nós somos um país muito peculiar em que sempre que acontece qualquer coisa mais trágica, como foi o caso do ator Bruno Candé, nós temos sempre o fantasma do racismo a assolar-nos”, salientou, insistindo que o Chega não aceita que o “racismo seja desculpa para tudo” e que quer “minorias com direitos, mas também com deveres”.

“Nós queremos, sobretudo, dizer que Portugal não é um país racista”, acrescentou, admitindo, contudo, que por vezes acontecem “episódios racistas”.

À saída dos manifestantes da Praça do Município um homem contra a manifestação – encabeçada por André Ventura, entre outros que seguravam uma faixa que dizia “Portugal não é um país racista” – criou alguma confusão, que foi, contudo, resolvida em poucos minutos com a intervenção da polícia e de alguns elementos da organização que lhe pediram para se afastar.

Entre bandeiras de Portugal e do Chega, além de uma bandeira do PSD e de outra do CDS-PP, os manifestantes percorreram a Rua da Prata e do Ouro gritando “Portugal não é racista”, “André vai em frente tens aqui a tua gente”, “minorias com direitos, mas também com deveres”, interrompendo os cânticos mais do que uma vez para cantar o hino.

Já na Praça do Município, em cima de uma carrinha transformada em pequeno palco, André Ventura quis ainda deixar o que disse ser um “recado” para o líder do PSD, Rui Rio, que, na quinta-feira admitiu conversações com o Chega com vista a entendimentos eleitorais apenas se o partido evoluir “para uma posição mais moderada”.

“Não acreditem naqueles que andam aí a dizer que nos vamos juntar com o A ou com o B. Quero dizer ao doutor Rui Rio palavras que nunca deixarão de ser as minhas palavras: o Chega aceitará governar com o PSD numa condição, quando for o Chega a mandar no Governo de Portugal, aí nós aceitaremos”, afirmou André Ventura, já depois de garantir que nunca deixará que menosprezem ou humilhem o seu partido.

A manifestação do Chega, que André Ventura chegou a chamar de “contramanifestação” de direita, aconteceu depois de na sexta-feira e no sábado se terem realizado concentrações antirracistas e antifascistas em Lisboa, Porto, Coimbra, Braga e Beja, homenageando o ator Bruno Candé, de origem guineense, assassinado na rua com quatro tiros na semana passada, em Moscavide, Loures.

Portugal “não é um país racista”, diz CDS-PP

Também neste domingo, o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, afirmou que Portugal “não é um país racista”, considerando, contudo, “evidente que existem isoladamente crimes de racismo” no país.

Em comunicado, e sem nomear o partido Chega, que organizou este domingo uma manifestação, para dizer que “Portugal não é racista”, Francisco Rodrigues dos Santos considerou contudo que “juntar centenas de pessoas nas ruas em plena crise pandémica (…) é uma imoralidade e um insulto a quem está a sofrer com esta pandemia”.

“Não vale tudo para responder à retórica da extrema esquerda e à sua visão do país que só existe na cabeça dos seus apaniguados”, sublinha Francisco Rodrigues dos Santos em comunicado, considerando que “o bom senso é o único radicalismo de que Portugal precisa”. Para o líder partidário, “é tão óbvio que Portugal não é um país racista, como é também evidente que existem isoladamente crimes de racismo”, sublinhou.

ZAP // Lusa

5 Comments

  1. Temos que houvir mais casos do que os portugueses passaram em África quando tiveram de sair a força. Não nunca tive em África, mas penso ser uma boa oportunidade para aqueles que tanto sofreram e sempre foram ignorados, que digam como foram tratados, o que passaram, e os momentos de aflição.

  2. tanta ignorancia por aqui vai….ora comparar geracoes antigas, educacao e culturas difrentes … onde querem chegar os criticos….anda tudo maluco ou pais nao anda sem rumo… racismo e xenofobia existe e sempre existira para sempre no ser humano porque é natural e nao venham dizer que nao ou que teem teoria do caracaca….é tudo tretas….ora branco em africa, um preto na europa… querem k explique o resto….nao sejam anjinhos ou engana mundos… ninguem é inocente…. que existem pessoas e organizacoes a ganharem dinheiros destas coisas é uma autentica vergonha e uma robalheira ao orario publico, é um crime assumido decimulado dessas organizacoes e ou pesssoas…. o ser humana é como é como é, temos de nos adaptar e integrar nas culturas para onde vamos….eu estou muito longe do pais mas faco por integrar me minimamente na cultura local….

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