Há centenas de anos que o Vaticano considera que as capivaras são peixes

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O Vaticano considera que estes roedores são peixes há séculos para que os católicos os possam comer durante a Quaresma.

Depois das abelhas terem sido consideradas peixes na Califórnia no ano passado para poderem ser abrangidas pelas leis de proteção ambiental, há mais um animal que estranhamente é considerado um peixe pelo Vaticano.

Naturais da América do Sul, as capivaras são os maiores roedores do mundo. Mas se perguntarmos aos responsáveis do Vaticano, estes animais peludos e semelhantes a porquinhos-da-Índia são peixes.

Apesar da sua aparência muito diferente de um peixe, as capivaras são excelentes nadadoras, tem pés palmados e conseguem suster a respiração debaixo de água durante cinco minutos. Os animais gostam ainda de dormir sestas na água e ao longo das margens para se manterem frescos, escreve o IFLScience.

Qual é a razão desta classificação caricata? Durante a Idade Média, o consumo da carne de alguns animais não era permitido durante os 40 dias de Quaresma.

Mas depois de os europeus colonizarem a América do Sul e darem de caras com as capivaras, os clérigos da Venezuela escreveram ao Vaticano a perguntar se estes animais — que também gostam de nadar e com o seu sabor a peixe — podem ser uma exceção a esta regra.

O Vaticano respondeu afirmativamente ao pedido dos clérigos em 1784 e o roedor recebeu o estatuto oficial de peixe. “Apesar de a maioria das pessoas atualmente pensar que esta restrição só se aplica à carne, a restrição na dieta não era sobre mamíferos e aves versus peixes, mas sobre a terra versus água. Por isto, os animais que passavam o seu tempo na água eram aquáticos e podiam ser comidos durante a Quaresma”, explica a historiadora do ambiente Dolly Jørgensen no seu blog.

As cativaras não eram o único animal que não é um peixe, mas que era assim classificado pelo Vaticano. Os castores também se integram na lista de animais que podem ser comidos pelos católicos em qualquer altura do ano.

ZAP //

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