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CDS acusa António Costa de “má convivência democrática com os médicos”

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Paulo Novais / Lusa

O presidente do CDS-PP considerou hoje que a entrevista de António Costa ao Expresso foi “um sintoma de má convivência democrática” do primeiro-ministro com os médicos, acusando-o de querer aplicar “a lei da rolha” à Ordem.

A entrevista do primeiro-ministro é “um sintoma de má convivência democrática com a realidade e com os médicos, porque quer aplicar a ‘lei da rolha’ à Ordem dos Médicos, desvalorizando e atacando os factos constantes no seu relatório [sobre o lar em Reguengos de Monsaraz]”, afirmou hoje Francisco Rodrigues dos Santos, numa mensagem enviada às redações.

A reação do CDS-PP surge na sequência da entrevista do líder do Governo ao Expresso, em que António Costa diz que a Ordem não tinha competência legal para fazer um relatório sobre as falhas no lar em Reguengos de Monsaraz, onde foi detetado um surto de covid-19.

Para o líder do CDS-PP, as palavras do primeiro-ministro revelam um “sintoma de quem não sabe cuidar deste assunto com mais sensibilidade do que a sua ministra [do Trabalho] e com o respeito que as famílias enlutadas merecem”.

“Esperava-se de António Costa que apurasse responsabilidades políticas pelos erros cometidos, apontasse a porta da saída à sua ministra e que no mínimo pedisse desculpas às famílias que perderam entes queridos pelas falhas grosseiras do Estado. António Costa não fez nem uma coisa, nem outra, o que é revelador da arrogância com que o PS governa”, criticou Francisco Rodrigues dos Santos.

Na mesma mensagem, o presidente do CDS-PP considerou que a entrevista foi também “um resgate político”, por valorizar “mais a defesa da sua ministra do que apresentar um plano seguro para os idosos – os que estão nos lares e os que vivem sozinhos -, numa altura em que há 80 surtos ativos em lares e em que se antecipa uma segunda vaga”.

O surto de Reguengos de Monsaraz provocou 162 casos de infeção, a maior parte no lar da FMIVPS (80 utentes e 26 profissionais), mas também 56 pessoas da comunidade, tendo morrido 18 pessoas (16 utentes, uma funcionária do lar e um homem da comunidade).

Na entrevista ao Expresso, António Costa assumiu que houve falhas na situação que envolveu o lar em Reguengos de Monsaraz – onde morreram 16 utentes infetados com o novo coronavírus (SARS-CoV-2), mas reforçou que a instituição “é de uma fundação privada” e que, “quando foi alertado, o Estado reagiu imediatamente”.

Costa reiterou que mantém confiança na ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho: “A ministra disse claramente que não desvalorizava o que aconteceu, e mais: a atuação que tivemos demonstrou que não desvalorizámos. Convém não esquecer que em abril tivemos 363 surtos em lares e ontem tínhamos 80. Não acordámos agora por causa do relatório de uma entidade [Ordem dos Médicos] que não tem competência legal para fazer esse estudo.”

7 Comments

    • Respeito por o Homem que se ofereceu como voluntário nas F.A, no combate ao Covid 19 durante o Estado de Emergência e que deu provas da sua eficácia. No terreno foi “incansável” como se veio a notar….coitado !

      • Hahahahaaaa…
        As FA pediram ex-militares ligados à área da saúde e, este advogado padreco foi a correr para as TV’s anunciando que se iria voluntariar!…
        Não se sabe o que aconteceu depois mas, provavelmente, alguém lhe deve ter explicado que ser advogado/consultor é uma coisa ligeiramente diferente do que se pretendia e que ele fazia tanta falta nas FA como a fome em África…
        Enfim… haja paciência para estes betinhos inúteis sem noção da realidade…

  1. O PCP que se cuide, já tem um partido a fazer-lhe frente na defesa dos trabalhadores, acho que até devia mudar a sigla de CDS para CDS/PT, PT = partido dos trabalhadores, sim porque os Médicos são trabalhadores como somos todos os que trabalhamos e não vivemos de subsídios. ahahah

  2. Costa e Marcelo braços direitos um do outro querem mandar em tudo. Nem tão pouco tem noção do cargo que ocupam.
    O complexo de inferioridade face aos médicos é grande pois é o que se pode concluir.

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