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Catarina Martins reeleita coordenadora do Bloco. Oposição interna cresce

Manuel Fernando Araújo / Lusa

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins.

Catarina Martins foi, este domingo, reconduzida como coordenadora do partido na XII Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, com 67,5% dos votos.

Com 210 votos a moção A, de Catarina Martins, foi reeleita pelos bloquistas este domingo, na XII Convenção Nacional do partido. A moção da direção de Catarina Martins foi eleita com 67,5% dos votos, menos 20 pontos percentuais que há três anos.

A lista da atual direção conseguiu 54 dos 80 lugares da Mesa Nacional do BE, uma perda de 16 mandatos em relação a 2018.

A moção E, promovida pelos críticos do movimento Convergência, conseguiu 68 votos, alcançando 17 mandatos a este órgão máximo entre convenções.

A moção C conseguiu quatro lugares da Mesa Nacional e a moção N conseguiu, por sua vez, cinco lugares.

Depois de conhecer os resultados da votação, Catarina Martins disse que esta é “a esquerda que quer aprender, que sabe que a sua força está nos alicerces”.

“É esta esquerda que move milhares de ativistas populares, sindicalistas, feministas, anti-racistas, defensores dos direitos humanos, combatentes da justiça climática e contra todas as discriminações, é essa força que faz o Bloco avançar e é a ela que somos fiéis”, disse ainda Catarina Martins

“Desde que o Bloco é o terceiro partido e que afastámos o PSD e o CDS do governo, e não foi ontem, a direita só tem um objetivo: criar uma fronda que lhe permita voltar ao poder, e isso exige nada menos do que aniquilar a força popular da esquerda”, acrescentou a líder bloquista.

As quatro exigências do Bloco de Esquerda serão as mesmas, afiança a sua líder.

“Não só a saúde, o emprego, a proteção social e o controlo financeiro são agora ainda mais importantes depois do sofrimento com a pandemia social que se segue à pandemia viral, como o tempo que vivemos acrescenta outra exigência à política portuguesa: não desperdiçar recursos e multiplicar o investimento em três prioridades para criar novos empregos: habitação, clima e cuidados sociais”, disse a bloquista.

Entre os primeiros 10 reeleitos da lista da atual direção, para além de Catarina Martins, estão o líder parlamentar (atualmente em licença de parentalidade) Pedro Filipe Soares, a eurodeputada Marisa Matias e os deputados Jorge Costa, Joana Mortágua, Fabian Figueiredo (que está a substituir no parlamento Pedro Filipe Soares), Mariana Mortágua, José Soeiro, Isabel Pires e José Manuel Pureza.

O historiador Miguel Cardina, investigador do Centro de Estudos Sociais, o economista Alexandre Abreu, que concorreu às últimas europeias pelas listas do BE e será cabeça de lista à Assembleia Municipal de Cascais, e a ativista e estudante Andreia Galvão são algumas das caras novas que a moção A elegeu.

Já a moção E, promovida pelos críticos do movimento Convergência elegeu, entre outros, Ana Sofia Ligeiro e como número dois o histórico Mário Tomé.

Foi ainda eleita a Comissão de Direitos, o outro órgão eleito em Convenção à qual se apresentaram três listas: moção A, moção Q e moção E.

Em 2018, a lista da moção encabeçada por Catarina Martins, tinha conseguido 457 votos para a Mesa Nacional, conseguindo 70 dos 80 mandatos, enquanto a moção C elegeu os restantes 10.

Daniel Costa, ZAP // Lusa

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