Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, foi condenado pelo Banco de Portugal a pagar mais uma coima, no valor de quatro milhões de euros, no processo sobre o veículo suíço Eurofin e por operações que lesaram aquela instituição financeira.
De acordo com o semanário Expresso, o conselho de administração do Banco de Portugal (BdP) condenou a 8 de setembro o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, a uma coima de quatro milhões de euros por “prática de atos de gestão ruinosa praticados em detrimento de depositantes, investidores e demais credores”, violação das regras de prevenção de conflitos de interesse e também desobediência a determinações do supervisor.
O BdP aplicou ainda uma coima de 3,5 milhões para Amílcar Morais Pires e uma multa de 1,25 milhões para José Manuel Espírito Santos.
Estas decisões são passíveis de recurso, ao contrário de outra duas coimas recebidas por Ricardo Salgado e que já transitaram em julgado, sendo a maior de todas no valor de 3,7 milhões de euros.
Em julho, Salgado foi acusado de 65 crimes, incluindo associação criminosa, corrupção ativa no setor privado, burla qualificada, branqueamento de capitais e fraude fiscal, no processo BES/GES.
Segundo a acusação, Salgado foi acusado de um crime de associação criminosa, em coautoria com outros 11 arguidos, incluindo Amílcar Pires e Isabel Almeida.
Está também acusado da autoria de 12 crimes de corrupção ativa no setor privado e de 29 crimes de burla qualificada, em coautoria com outros arguidos, entre os quais José Manuel Espírito Santo e Francisco Machado da Cruz.
A defesa de Ricardo Salgado considera que a acusação “falsifica” a história do BES sublinhando que o antigo banqueiro “não praticou qualquer crime”, refere um comunicado assinado pelos advogados Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce.