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Casamento com 200 pessoas autorizado em Arruda dos Vinhos. Câmara contesta

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O presidente da Câmara de Arruda dos Vinhos criticou a decisão da autoridade de saúde de autorizar a realização de um casamento “com cerca de 200 pessoas”, considerando que vai colocar a população do concelho “em risco”.

Através de um vídeo divulgado na página da autarquia na rede social Facebook, André Rijo disse que a Câmara Municipal soube, “ao final da manhã de hoje, da realização de um casamento com cerca de 200 convidados”, durante este fim de semana.

O autarca acrescentou que o casamento é de “uma família do Norte” de Portugal. Esta região contabilizou mais 1.516 infeções pelo novo coronavírus, do total de 2.899 registadas em todo o país nas últimas 24 horas, uma tendência verificada na última semana.

“Este é um evento que nos surpreende, porque, efetivamente, estranhámos que a autoridade de saúde – ao contrário daquilo que aconteceu no caso do Curt’Arruda [Festival de Cinema de Arruda dos Vinhos], que tivemos de cancelar à última da hora -, neste caso, desde o dia 09 de outubro emitiu um parecer favorável à realização deste casamento”, prosseguiu o edil.

André Rijo adiantou que a autoridade de saúde foi este sábado confrontada sobre “esta incoerência e este erro”. Contudo, a mesma autoridade “reiterou o parecer e disse que não ia mexer” nas diretrizes, disse o presidente da Câmara.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou em 14 de outubro, juntamente com a elevação do nível de alerta para situação de calamidade em todo o país, para mitigar a propagação da pandemia, que eventos como, por exemplo, casamentos marcados a partir desse dia estavam limitados a um máximo de 50 participantes.

As regras de distanciamento físico e a utilização de equipamentos de proteção individual também é obrigatória. O parecer da autoridade de saúde em relação ao casamento em questão antecede as medidas anunciadas na última semana.

Visivelmente descontente com a resposta da autoridade sanitária, André Rijo explicitou que “isto é um motivo de grande preocupação” e vai “colocar a população do concelho de Arruda em risco”. Por essa razão, o autarca disse que tem “o dever” de pedir aos arrudenses para evitarem circular pelas áreas da igreja matriz e do Casal da Gineta, para que o casamento “não venha a resultar num potencial foco” de contágio.

Lamento esta decisão da autoridade de saúde, não tem minimamente a concordância da Câmara Municipal, nem do Serviço Municipal de Proteção Civil”, vincou, completando que a autarquia decidiu remeter o parecer para a Direção-Geral da Saúde (DGS).

O autarca disse ainda, no início do vídeo de quase quatro minutos, que há 67 casos ativos no concelho, 109 recuperados e quatro óbitos.

// Lusa

 

9 Comments

  1. É evidente que haverá contaminação além de leitão e bacalhau e bailarico, para todos neste evento. Basta ter consciência que a grande maioria de infectados são assintomáticos !…mais uma prova do bom senso Popular !

  2. Disse André Rijo ter «o dever de pedir aos arrudenses para evitarem circular pelas áreas da igreja matriz e do Casal da Gineta…»
    No seu lugar, eu diria precisamente o contrário, que circulassem, mas além da necessária máscara se munissem também de cacete e pusessem fim a mais esse ataque terrorista.

    • As penalizações não iriam pagar as contaminações que os “convivas” vão, na realidade, provocar a quem não teve culpa de nada. PROIBIÇÃO.

  3. É uma vergonha para os nossos governantes que se dizem de respeito e estudos acima da média. tamanha ignorância e falta de bom senso comum. Infelizmente é uma situação de calamidade termos estas pessoas a mandar no nosso país, sem noção de que não é preciso ser muito inteligente para não permitir que se façam as coisas para uns e para outros polícia e GNR para cima. Festas como a do avante entre outras não deviam ter sido feitas, isso põem em risco todo o país. E um casamento de 200 pessoas em plena época de calamidade é no mínimo vergonhoso. Tenham vergonha porque isto não é governar, mas sim matar.
    Quanto ao povo de arruda dos vinhos como eu não podemos permitir mais isto.

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