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O chanceler alemão Friedrich Merz
Em causa estarão mentiras de milhares de milhões de euros sobre a redução dos impostos sobre a eletricidade na Alemanha.
O preço da electricidade é um assunto sensível na Alemanha nos últimos tempos.
Há quase três meses, quando foi confirmado o acordo entre CDU (que venceu as eleições em Fevereiro) e SPD, uma das prioridades asseguradas foi: o preço da luz vai baixar.
As duas forças políticas que integram a coligação de Governo anunciaram que a electricidade iria ficar mais barata, já que a taxa seria diminuída “para todos”.
Mas há um problema: dinheiro. Aparentemente, não há dinheiro suficiente para cumprir essa promessa que iria custar milhares de milhões de euros.
Agora se que conhece o projecto do orçamento, vê-se que esse alívio na taxa de electricidade vai de facto acontecer – mas somente para indústria, agricultura e silvicultura. Os restantes consumidores/trabalhadores ficam de fora.
Os membros do Governo tentam ainda procurar soluções para encontrar os milhares de milhões euros em falta. Para isso, deverão ter que cortar nos benefícios sociais ou no financiamento do clima.
Da oposição chegou um aviso: “O Governo alemão tem de deixar de governar contra as suas próprias promessas”.
A líder do Partido Verde, Franziska Brantner, acrescentou que “é uma loucura ver que a taxa de armazenamento de gás vai ser financiada por fundos climáticos”.
“A eletricidade não vai ficar mais barata. O gás é financiado por fundos climáticos. Isto é errado em termos de política regulamentar. É mau para a economia. É mau para a inovação no nosso país e é mau para os nossos cidadãos”, assegurou a deputada.
Franziska Brantner foi mais longe: “Se Friedrich Merz não se quer tornar o chanceler Pinóquio, então este pacote fiscal sobre a electricidade tem de voltar para o chão da fábrica”.
“A redução do imposto sobre a eletricidade foi anunciada e tem de chegar, para todos”, completou, citado no Euronews.
Para esta quarta-feira está marcada uma reunião de comité da coligação. O Rendimento do Cidadão e as pensões seriam os assuntos em cima da mesa – mas já não vão ser.