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“O que se passa na Carris revela como o PS se considera dono das instituições”, acusa campanha de Moedas

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Manuel de Almeida / Lusa

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina

“O que se passa na Carris revela como o PS se considera dono das instituições”. O diretor de campanha de Carlos Moedas já reagiu à forma como o PS, em particular o PS/Carris, ocupa grande parte dos cargos de relevo dentro da empresa.

Desde que foi reativada, em 2008, a setorial do PS da Carris já cresceu o suficiente para se tornar uma das maiores estruturas do partido. Na empresa, os funcionários com cartão de militante ocupam lugares estratégicos e têm o controlo do dia a dia da Companhia Carris de Ferro de Lisboa, avançou, esta quinta-feira, o Observador.

“Estamos a contratar mais pessoas, a contratar mais trabalhadores. Espero, aliás, que os possamos convencer da nossa estratégia e que venham a ser trabalhadores do PS e da secção do PS da Carris”, dizia Fernando Medina, num vídeo filmado, em 2019, num jantar organizado por aquela estrutura e divulgado pelo Correio da Manhã.

A publicação do vídeo motivou acusações de que Medina estaria a tentar instrumentalizar politicamente uma empresa pública — algo que o autarca rejeitou veementemente.

No entanto, olhando para a estrutura da empresa, muitos dos quadros de maior relevância são ocupados por militantes socialistas, alguns deles muito influentes na região de Lisboa e, por arrasto, no partido.

Agora, em reação à investigação do Observador, a candidatura de Carlos Moedas não tem dúvidas de que fica uma vez mais demonstrada a forma como os socialistas exercem a sua influência tentacular nas várias dimensões da vida política e económica.

Para Ricardo Mexia, diretor de campanha de Carlos Moedas, a forma como o PS ocupa grande parte dos cargos de relevo dentro da Carris é mais uma exemplo da “teia socialista” que atravessa vários setores.

“O que assistimos é à teia socialista na Carris. O que se passa na Carris revela como o PS se considera dono das instituições“, denuncia Ricardo Mexia, numa nota escrita àquele jornal.

A setorial da Carris é uma das maiores do partido, controla quase todas as áreas da empresa e duplicou de tamanho desde que a empresa regressou para as mãos da Câmara de Lisboa.

O PS, através dos seus militantes, consegue estar representado em quase todas estas dimensões da empresa: conselho de administração, recursos humanos, fiscalização e, efetivamente, nas operações.

Segundo o Observador, quando a setorial da Carris foi reativada, em 2008, havia apenas 36 filiados. Mas, entre 2008 e 2016, cresceu para os 167.

O maior crescimento da estrutura haveria de chegar já depois da empresa passar para as mãos da autarquia socialista. Em três anos — 2017, 2018 e 2019 — mais 160 funcionários da Carris passaram a ter na carteira também o cartão de militante.

Isto significa que a secção do PS/Carris cresceu mais nos três anos em que a Câmara passou a ter o controlo da empresa do que nos oito anos anteriores.

Assim, Mexia não tem dúvidas em responsabilizar diretamente Fernando Medina: “Ao contrário de Fernando Medina, Carlos Moedas será o garante da valorização do mérito e independência das instituições e dos seus trabalhadores. Medina condiciona, Moedas liberta”.

ZAP //

6 Comments

  1. Há moda dos países comunistas! Desde o 25 de abril que essas empresas têm servido o PCP, agora pelos vistos é o PS também a entrar na corrida, quando é para pagar, pagamos todos mesmo que as mesmas não nos sirvam para nada!

  2. Parem e pensem isto é o que aconteceu na venezuela o partido dá postos de trabalho e aos poucos e poucos vai tomando conta de um país, cuidado e ainda falam do Chega, medo de que ainda querem mais extrema direita do que isto, não estou a dizer que sou a favor do chega é só uma maneira de expressar, vou lhe chamar put.., antes que me chamem a mim, deu para percebar?.

  3. Mau prenuncio, a preocupação, a ofuscação com as ocupações de lugares é para mim o maior crime politico nos Partidos, quando um, ainda Candidato já o que o preocupa são os problemas de quem ocupa os Tachos é sinal de um candidato a descartar, é sabido que se ainda candidato já a preocupação são tachos, é de imaginar o que iria ser o mandato desse candidato, já não bastava a falta de imaginação para construir um cartaz próprio que agora mais a preocupação dos tachos.

  4. Já o mesmo se passou com os militantes do PSD e do CDS no governo de Passos Coelho, é um vicio comum a todos os partidos políticos, mas ainda candidato e já preocupado com os lugares de Tacho é sinal que os Problemas do Moedas vais ser a ocupação dos lugares do tacho. e para isso não merece o voto dos lisboetas, ganhar eleições ou ter boa votação para, a dança dos tachos não, para isso não, os problemas dos lisboetas não é o dos tachos, alem disso vimos o que o Moedas fez a favor dos portugueses no Governo de Passos Coelho na coligação de PSD/CDS.

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