“Choque”, indignação”, “horror”. Israel provocou revolta da comunidade internacional e apelos à responsabilização depois “massacre” no norte de Gaza, que motivou reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU.
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, denunciou esta quinta-feira a “nova carnificina” e mortes “totalmente inaceitáveis” de mais de 100 civis que aguardavam ajuda humanitária em Gaza.
Pelo menos 109 habitantes de Gaza morreram e 760 ficaram feridos durante a madrugada, enquanto aguardavam a chegada de ajuda humanitária transportada por uma caravana de 32 camiões, segundo o Ministério da Saúde, controlado pelo movimento islamita Hamas, que responsabilizou as tropas israelitas.
Os militares de Israel admitiram ter disparado contra alguns civis que consideraram “uma ameaça”. Testemunhas contam à BBC que a maioria morreu atropelada pelos camiões que fugiam das forças israelitas.
O ataque, que motivou uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU, ocorreu na quinta-feira durante uma distribuição de alimentos no norte de Gaza.
“Estou horrorizado com os relatos de mais carnificina entre civis em Gaza que estavam desesperados por ajuda humanitária”, destacou Borrell, através da rede social X.
“Essas mortes são totalmente inaceitáveis”, acrescentou o alto representante para a Política Externa e Segurança da UE, acrescentando que “o acesso humanitário desimpedido em Gaza deve ser garantido”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, manifestou-se esta quinta-feira “profundamente chocado”: os civis e as operações humanitárias “devem estar seguros”.
Israel confessa ter disparado contra “ameaça”
Por seu lado, o Exército israelita negou ter atacado um comboio humanitário no norte de Gaza, afirmando que os militares estavam a garantir a segurança dos camiões, e garantiu que Israel não limita a ajuda destinada aos palestinianos.
“Não houve qualquer ataque das Forças de Defesa de Israel [FDI] sobre esta ajuda. As FDI estavam a conduzir uma operação humanitária”, afirmou o porta-voz do exército israelita Daniel Hagari, numa conferência de imprensa.
Antes, à agência France-Presse, fontes israelitas tinham admitido ter disparado munições reais contra a multidão, que representava “uma ameaça” durante a distribuição de alimentos.
Segundo o contra-almirante, “infelizmente, dezenas de mortos e feridos” resultaram de “um incidente”, ocorrido pouco antes das 05:00 locais (03:00 em Lisboa), em que “milhares de habitantes de Gaza começaram a empurrar violentamente” os camiões de ajuda humanitária e “a pilhar os bens humanitários”.
This morning humanitarian aid trucks entered northern Gaza, residents surrounded the trucks and looted the supplies being delivered. As a result of the pushing, trampling and being run over by the trucks, dozens of Gazans were killed and injured.
— Israel Defense Forces (@IDF) February 29, 2024
Um vídeo que circula nas redes sociais, divulgado pelas forças israelitas, mostra o momento em que Israel mira a multidão.
🇵🇸 #Palestine – 🇮🇱 #Israel: More than 100 Palestinian civilians were killed by the IDF in Gaza today after soldiers opened fire on a crowd of people surrounding a food aid truck. The trucks reportedly ran over civilians as they left the area, which one witness said accounted for… pic.twitter.com/EAZBvTrSz0
— POPULAR FRONT (@PopularFront_) February 29, 2024
As FDI, sublinhou, “estavam a garantir a segurança do corredor humanitário para que o comboio humanitário pudesse chegar ao destino, no norte de Gaza” – uma operação que os militares fizeram nas últimas quatro noites” e, até aqui, “sem qualquer problema”.
Durante esta operação humanitária, descreveu, “uma multidão emboscou o comboio, obrigando-o a parar”, enquanto os tanques israelitas “tentaram dispersar a multidão com tiros de aviso”.
“As centenas [de pessoas] tornaram-se milhares e os tanques retiraram-se de forma cautelosa e segura, [com os militares] a arriscar as suas próprias vidas e sem disparar sobre a multidão”, disse Hagari.
As forças israelitas, garantiu, “agiram de acordo com a lei internacional”.
“A nossa guerra é contra o Hamas, não contra o povo de Gaza (…). Reconhecemos o sofrimento [dos civis]”, disse o representante do exército, que garantiu que Israel está a procurar “formas de expandir esforços humanitários” no enclave palestiniano.
Reações
O Presidente francês, Emmanuel Macron, manifestou esta sexta-feira “profunda indignação” face ao ataque de Israel contra civis. Pediu esclarecimentos e apelou a um cessar-fogo.
“Estou profundamente indignado com as imagens que nos chegaram de Gaza, onde civis foram alvo de ataques de soldados israelitas. Expresso a minha mais firme condenação sobre estes disparos e apelo à verdade, à justiça e ao respeito pelo direito internacional”, afirmou o líder francês em mensagem publicada nas redes sociais.
Também a China condenou “veementemente” esta sexta-feira a morte de mais de 100 civis durante a distribuição de ajuda. “A China está profundamente triste com este incidente e condena-o veementemente”, declarou a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, acrescentando que “a China exorta as partes envolvidas, em particular Israel, a decretarem um cessar-fogo e a porem imediatamente termo aos combates”
A Austrália “está horrorizada com a catástrofe em Gaza e com a crise humanitária que provocou”, declarou a ministra australiana dos Negócios Estrangeiros, Penny Wong, numa declaração no X, na qual sublinhou a importância de proteger os civis e de defender a ajuda humanitária para aqueles que “dela necessitam desesperadamente”.
Estas mortes elevam para mais de 30 mil os mortos na Faixa de Gaza, a maioria mulheres e crianças, na guerra em Gaza que começou em 7 de outubro, após um ataque terrorista contra Israel realizado pelo grupo islamita Hamas que matou 1.200 pessoas e raptou mais de 240.
ZAP // Lusa
Se isto não é tirania, que nome lhe assiste?
O título da notícia é o bastantevclaro e conciso.
Nem digo mais, porque estou envergonhada e triste.
Como pudemos chegar aqui?
Quando começámos a ficar distraídos e indiferentes?
@Lucinda, Chegamos aqui porque o Hamas teve a brilhante ideia de invadir um país e chacinar pessoas idosas, mulheres, bebes, e raptar uma centena de pessoas inocentes. O povo que hoje chora a frente das câmaras foi o mesmo que nesse dia festejou efusivamente a incursão do Hamas.
O Hamas foi uma criação dos sionistas para justificar os massacres. Esta gente anda impunemente pelo mundo e controla. Não nos esqueçamos que são os eleitos de deus (do deles, logicamente).
Joe,
A minha avó, mulher sábia, nteligente e lúcida, aconselhou-me.:
“Para palavras loucas, orelhas moucas.”
Percebeu?
Se necessitar explicações, peça a sua avó.
Tenho a certeza que será mais sábia que o neto.
Não consigo perceber como o mundo apara os golpes destes judeus.. e vergonhoso
@Lucinda as ditas palavras loucas têm fundamento documental e televisivo, já as suas palavras e o titulo que invoca, até agora não passa de especulação e sensacionalismo que o Hamas e discípulos são prós em utilizar. Espero que a sua avó não seja utilizada apenas na tentativa de credibilizar os seus comentários, dentro da doutrina utilizada pela sua camarada Mariana que no final se revelou uma enorme falácia.