Com Carneiro, não haverá bloco central

Estela Silva / LUSA

João Gomes Cravinho, José Luís Carneiro (ao centro) e Pedro Sousa Rodrigues

Candidato à liderança do PS diz que acordo pós-eleitoral entre PS e PSD “não é desejável para a democracia”.

José Luís Carneiro acha que se podem estabelecer acordos de incidência parlamentar em relação a políticas públicas concretas. Mas afasta um acordo mais global, sobretudo com o PSD.

O candidato à liderança do PS acredita num “campo imenso de diálogo com os partidos” à esquerda dos socialistas.

Questionado na rádio TSF sobre uma eventual nova versão da geringonça, não respondeu directamente: “Não demonizo o centro político e social e por isso é que entendo que é possível e é desejável para o país que sejamos capazes, também, com os partidos democráticos, de fazer uma política de desenvolvimento”.

No entanto, mais à frente, assumiu que é diferente de Pedro Nuno Santos, outro dos candidatos, porque não “parte de um pressuposto imediato, logo no arranque para a disputa eleitoral, de constituição de uma aliança com os partidos à esquerda“.

Carneiro assegurou que nunca irá falar sobre coligações antes das eleições de Março.

Mas quando se falou sobre um eventual acordo pós-eleitoral com o PSD, aí a resposta foi diferente.

“Não. Não estou a falar de bloco central. Até porque não é desejável para a democracia que os dois principais competidores formem um bloco central porque desaparece a competição que é aglutinadora de tudo que tem a ver, quer com os partidos à direita do PSD e, também, com aquilo que são os partidos à esquerda do Partido Socialista”.

“Ou seja, a competição entre os principais actores políticos do sistema, que são os dois partidos políticos que são fundadores da nossa democracia, das nossas liberdades, é fundamental. Agora, isso não significa que não deva haver uma cultura de diálogo e de cooperação em matérias que são relevantes para o país”, esclareceu o ministro da Administração Interna.

Entre outros assuntos, José Luís Carneiro reagiu ao caso das gémeas e das dúvidas à volta de Marcelo Rebelo de Sousa: “O importante é confiarmos nas instituições. E confio no bom nome e confio na integridade do presidente da República“.

ZAP //

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