António Capucho diz que não tem “pressa” e que não está “preocupado” com a moção da Concelhia de Cascais contra a sua readmissão no PSD.
Em entrevista à Rádio Observador esta terça-feira, o histórico militante social-democrata, António Capucho, admitiu que “não me incomoda o facto de estarem contra mim, porque [tendo em conta] as pessoas que lá estão era expectável que tomassem essa posição”.
Ainda assim, Capucho revelou que não sabe o que consta na moção, garantindo que esta ainda não lhe foi entregue. “A Concelhia de Cascais deve pronunciar-se a invocar um dos fundamentos que estão previstos no regulamento de admissão de militantes, coisa que ignoro se tenciona fazer. Ignoro qual o teor da moção, já me disseram que me iam enviá-la em quatro ou cinco dias e ainda não enviaram.”
O histórico militante adiantou ainda que, quando o seu boletim de inscrição chegar a Cascais, “a comissão política tem de se pronunciar” e explicar por que razão não o quer readmitir. “Aí, de facto, se (a Concelhia) mantiver a posição, como é de esperar, tem que fundamentar.”
“Podia ter ido para qualquer outra secção. Não sou obrigado a ir para a secção onde resido (mas) entendi que devia entregar a minha inscrição em Cascais”, disse António Capucho, destacando o papel que desempenhou no partido ao longo dos três mandatos consecutivos na Câmara de Cascais, “sempre com maioria absoluta”.
O ex-presidente da Câmara de Cascais foi expulso do PSD em 2014, depois de ter apoiado a lista adversária dos sociais-democratas à Câmara de Sintra em 2013, liderada por Marco Almeida, outro militante do partido que se afastou da direção nos tempos em que era liderada por Pedro Passos Coelho.
“O PS desiludiu-me em várias áreas. A primeira foi o facto de não ter avisado os eleitores que depois das eleições iria assinar acordos com partidos da esquerda ou da esquerda radical. Ao fazê-lo, pôs na gaveta a razão fundamental do meu apoio ao PS: era um programa eleitoral social-democrata com reformas estruturais verdadeiramente notáveis”, explicou o antigo militante.
Capucho explicou ainda que decidiu regressar ao PSD porque se identifica com o atual presidente, Rui Rio, pessoa de quem é “amigo e admirador”. Questionado sobre a possibilidade de participar na campanha, respondeu sem dúvidas: “Disponibilizei-me para participar. Se entenderem que a minha presença é útil, estarei lá com muito gosto.”