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Capucho não está preocupado com o possível chumbo do regresso ao PSD

Miguel A. Lopes / Lusa

António Capucho

António Capucho diz que não tem “pressa” e que não está “preocupado” com a moção da Concelhia de Cascais contra a sua readmissão no PSD.

Em entrevista à Rádio Observador esta terça-feira, o histórico militante social-democrata, António Capucho, admitiu que “não me incomoda o facto de estarem contra mim, porque [tendo em conta] as pessoas que lá estão era expectável que tomassem essa posição”.

Ainda assim, Capucho revelou que não sabe o que consta na moção, garantindo que esta ainda não lhe foi entregue. “A Concelhia de Cascais deve pronunciar-se a invocar um dos fundamentos que estão previstos no regulamento de admissão de militantes, coisa que ignoro se tenciona fazer. Ignoro qual o teor da moção, já me disseram que me iam enviá-la em quatro ou cinco dias e ainda não enviaram.”

O histórico militante adiantou ainda que, quando o seu boletim de inscrição chegar a Cascais, “a comissão política tem de se pronunciar” e explicar por que razão não o quer readmitir. “Aí, de facto, se (a Concelhia) mantiver a posição, como é de esperar, tem que fundamentar.”

Podia ter ido para qualquer outra secção. Não sou obrigado a ir para a secção onde resido (mas) entendi que devia entregar a minha inscrição em Cascais”, disse António Capucho, destacando o papel que desempenhou no partido ao longo dos três mandatos consecutivos na Câmara de Cascais, “sempre com maioria absoluta”.

O ex-presidente da Câmara de Cascais foi expulso do PSD em 2014, depois de ter apoiado a lista adversária dos sociais-democratas à Câmara de Sintra em 2013, liderada por Marco Almeida, outro militante do partido que se afastou da direção nos tempos em que era liderada por Pedro Passos Coelho.

O PS desiludiu-me em várias áreas. A primeira foi o facto de não ter avisado os eleitores que depois das eleições iria assinar acordos com partidos da esquerda ou da esquerda radical. Ao fazê-lo, pôs na gaveta a razão fundamental do meu apoio ao PS: era um programa eleitoral social-democrata com reformas estruturais verdadeiramente notáveis”, explicou o antigo militante.

Capucho explicou ainda que decidiu regressar ao PSD porque se identifica com o atual presidente, Rui Rio, pessoa de quem é “amigo e admirador”. Questionado sobre a possibilidade de participar na campanha, respondeu sem dúvidas: “Disponibilizei-me para participar. Se entenderem que a minha presença é útil, estarei lá com muito gosto.”

ZAP //

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