O impasse político causado pela destituição do Presidente da Câmara dos Representantes nos Estados Unidos está a deixar a Ucrânia preocupada com o futuro da aliança com Washington.
A destituição inédita de Kevin McCarthy da Presidência da Câmara dos Representantes e a incerteza sobre a estabilidade de quem vier a ser o seu sucessor não está só a ter impacto na política interna dos Estados Unidos.
Após um ano e meio árduo de guerra, a Ucrânia está agora receosa de que a instabilidade política em Washington ponha em causa o fornecimento de armamento e de apoios financeiros por parte dos norte-americanos.
“Estamos em pânico. Para nós, é um desastre”, afirma Ivanna Klympush-Tsintsadze, uma deputada ucraniana sénior que preside a comissão sobre a integração do país com a União Europeia.
A situação precária nos EUA surge num momento em que a guerra na Ucrânia está numa fase crítica, com alguns líderes europeus cada vez mais a questionar a sustentabilidade dos constantes pacotes de apoio.
Isto complica a já difícil posição da Ucrânia, que depende fortemente da ajuda internacional para o apoio económico e militar. O país espera receber 42,8 mil milhões de dólares de doadores internacionais no próximo ano, uma parte significativa dos quais viria dos Estados Unidos, escreve o Politico.
Com a saída de McCarthy, a Câmara dos Representantes dos EUA está sem um Presidente, não podendo votar sobre quaisquer leis e pondo em risco o financiamento futuro dos EUA para a Ucrânia. A embaixadora da Ucrânia nos Estados Unidos, Oksana Markarova, tentou mitigar as preocupações, lembrando que “todos os outros trabalhos, incluindo nas comissões, continua”.
Mas em privado, há um desânimo considerável na Ucrânia. “Não há nada de bom, mas, objetivamente, tornámo-nos simplesmente reféns da política interna deles”, disse o deputado ucraniano Yaroslav Zheleznyak.
O próprio Joe Biden, que tem constantemente reafirmado o compromisso do Governo com os ucranianos, admitiu estar preocupado com o impacto do impasse na guerra da Ucrânia. “Preocupa-me, mas eu sei que há uma maioria de membros da Câmara e do Senado de ambos os partidos que disseram que apoiam o financiamento à Ucrânia”, referiu o chefe de Estado esta quarta-feira.
Entre os candidatos à sucessão a McCarthy, destaca-se ainda o congressista Jim Jordan, que tem sido um crítico do apoio norte-americano e pode vir a dar mais dores de cabeça aos responsáveis ucranianos.
Apesar destes contratempos, Kiev continua otimista, insistindo que está a continuar a trabalhar com possíveis substitutos para o cargo de Presidente da Câmara e outros legisladores dos EUA para futuros pacotes de ajuda.
Biden indicou ainda que está a estudar um método alternativo para ajudar a Ucrânia e contornar o impasse legislativo.
“Anunciarei muito em breve um grande discurso que farei sobre esta questão e por que é extremamente importante para os Estados Unidos e para os nossos aliados que mantenhamos o nosso compromisso. Existe outro meio pelo qual poderemos encontrar financiamento, mas não vou entrar nisso agora”, referiu.
A situação em desenvolvimento evidencia o grau em que a segurança e estabilidade da Ucrânia são influenciadas por desenvolvimentos políticos a milhares de quilómetros de distância, intensificando ainda mais a urgência de uma resolução rápida para a crise política americana.
Guerra na Ucrânia
-
3 Dezembro, 2024 Adesão da Ucrânia à NATO nunca será imediata, diz Rangel
-
2 Dezembro, 2024 Problema para a Ucrânia: 50 mil soldados desertaram neste ano
-
30 Novembro, 2024 Rússia já iniciou “guerra secreta” com Ocidente. Mapa mostra como
Então? Quase que parece que a guerra na Ucrânia está a ser financiada em grande parte pelos EUA.
Tristeza um potencia mundial comparticipar uma guerra em pleno século.
E esse zelensky não passa de mais um pau mandado e corrupto, o interesse dele não é o bem estar do povo. Aproveitou se do povo para lutar um guerra sem fim e fazer uma campanha politica contra a russia.
Há muita gente que ainda não percebeu (ou não quer perceber) que o que está em causa na guerra da Ucrânia não é só a Ucrânia e os Ucranianos. Está em causa o imperialismo russo e a ambição de um homem (Putin); está em causa a sobrevivência dos Ucranianos como nação (entidade política, económica, cultural); está em causa a autonomia de outros países vizinhos da Rússia (Moldova, Geórgia, Arménia, países bálticos e os da Ásia Central). O Ocidente já desistiu do Afeganistão, da Síria, da Venezuela, da maior parte de África. Também vai desistir da Ucrânia? Seguir-se-ão a Moldova, a Geórgia, os Balcãs, Taiwan…
Só propaganda política, a Ucrânia a perder claramente no campo de batalha, e a gente a levar com notícias de sucessos. Os tanques que iam mudar a guerra, estão todos enterrados na lama, tipo nós a comprar a guerra dos Estados Unidos. O presidente ucraniano vai aos EUA agradecer um antigo soldado que lutou contra os russos na Segunda Guerra Mundial … ao lado dos nazis, e ele é judeu. É uma palhaçada como eu nunca vi, mas o povo tem pão e circo, está tudo bem, “tudo normal cá em Portugal”.