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Candidaturas ao Superior abrem hoje. Há 13 cursos onde se pode entrar com menos de 10 valores

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Rodrigo Antunes / Lusa

A primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior arranca hoje com mais de 52 mil vagas disponíveis em cerca dez mil cursos.

Entre hoje e 20 de agosto, os finalistas do secundário podem candidatar-se na primeira fase do concurso em que os lugares disponíveis aumentaram pelo sexto ano consecutivo, depois de, no ano passado, o concurso nacional de acesso ao ensino superior ter registado o maior número de candidatos das últimas duas décadas.

No total, as universidades e politécnicos disponibilizaram 52.242 vagas para o próximo ano letivo no âmbito do concurso geral de acesso, segundo dados disponibilizados pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES).

As instituições de ensino superior de Lisboa e do Porto representam quase metade dos lugares disponíveis, e tiveram o maior reforço com mais de 200 vagas adicionais, em relação ao ano anterior, só nas universidades do Porto e na Nova de Lisboa.

A Universidade de Aveiro teve também um aumento semelhante, devido à abertura de três dos 17 novos cursos que vão passar a estar disponíveis no próximo ano e que representam, sobretudo, uma aposta em áreas de tecnologia.

Os números divulgados pela DGES há uma semana mostram também o aumento de 3% nas áreas digitais, sobretudo nas instituições localizadas em regiões com menor pressão demográfica, onde o aumento foi de 3,4% nestes cursos e 2% na generalidade da oferta.

No entanto, e apesar de haver mais vagas do que aquelas disponibilizadas inicialmente para o concurso, os resultados dos exames nacionais levaram ao surgimento de algumas vozes que defendem um reforço ainda maior.

Este ano, as médias desceram em quase todas as disciplinas, para valores próximos das classificações médias obtidas em 2019, antes da pandemia da covid-19, tendo-se registado uma redução particularmente significativa em Matemática A, uma das disciplinas mais importantes para o ingresso no ensino superior (passou de 13,3 valores para 10,6).

Esta discrepância pode agora criar desigualdades entre os alunos que se candidatem ao ensino superior com a nota do exame realizado no ano passado e aqueles que utilizem a prova deste ano, um alerta feito inicialmente pela Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) e apontado também pelo Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup).

À semelhança dos professores de Matemática, também a presidente do SNESup concorda que o aumento do número de vagas poderia compensar os finalistas deste ano, mas Mariana Gaio Alves defende esse reforço sobretudo como uma aposta no ensino superior.

“As nossas médias de diplomados são ainda baixas em comparação com os restantes países europeus”, comentou, considerando que o aumento já registado em comparação ao ano passado é positivo, mas “ainda é pouco”, e defendendo também a melhoria das condições das instituições.

O aumento excecional não é, porém, a intenção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que reiterou, em resposta a esse apelo, que a medida não está, para já, em cima da mesa, ainda que não afaste essa possibilidade “caso circunstâncias excecionais idênticas às do ano transato o voltem a exigir”.

31 cursos com média acima de 18 valores

No ano passado, houve 31 cursos onde só foi possível entrar com uma média acima de 18 valores. Por outro lado, registaram-se 13 onde a colocação foi garantida com uma nota de entrada abaixo de 10.

Nesses 31 cursos é quase garantido que a entrada será especialmente difícil. São aqueles em que, no ano passado, a nota de entrada do último colocado foi igual ou superior a 18, numa escala que vai até aos 20 valores.

Estão nesta lista os sete mestrados integrados em Medicina, mais os dois ciclos básicos de Medicina das universidades das regiões autónomas, bem como os cursos de Medicina Dentária nas universidades de Lisboa, Porto e Coimbra.

Entre as formações onde é mais difícil entrar também estão as de Gestão da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade do Porto, bem como várias engenharias, incluindo as únicas quatro formações que, no ano passado, tiveram uma média de acesso superior a 19 valores: Engenharia Aeroespacial e Engenharia Física Tecnológica, no Instituto Superior Técnico (Universidade de Lisboa) e Engenharia e Gestão Industrial e Bioengenharia, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

No mesmo sentido, também deve aumentar o total de cursos onde o último colocado entrou com uma média inferior a 10 valores.

Atualmente, são todos em institutos politécnicos e incluem licenciaturas como Educação Básica, na Guarda; Enfermagem Veterinária, em Viseu; Agronomia, em Santarém; ou Multimédia, em Bragança.

No entanto, face à descida global dos resultados nos exames nacionais deste ano alguns destes indicadores podem sofrer algumas oscilações no concurso de acesso que começa nesta sexta-feira, refere o Público.

À semelhança dos anos anteriores, a candidatura é feita online, através do site da Direção-Geral do Ensino Superior, onde também se pode pedir a senha necessária para realizar a candidatura ao ensino superior.

Nesta mesma página é possível ter acesso a toda a informação sobre cursos disponíveis, vagas e condições de acesso.

Este ano, os alunos também podem aceder ao sistema de candidatura utilizando a autenticação com o cartão de cidadão ou chave móvel digital.

Os resultados da 1.ª fase do concurso deverão ser conhecidos em 27 de setembro.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. Qualquer dia nem é necessário estudar para se ser doutor ou engenheiro, tira-se um curso um fim de semana e leva-se o diploma de seguida!

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