Pedro Santana Lopes apresentou-se este domingo como candidato à Câmara da Figueira da Foz. Candidatura surpreendeu secretário-geral e coordenador autárquico do PSD, José Silvano.
Apesar de andar há mais de um mês no terreno e nas redes sociais em pré-campanha no concelho, ao anunciar a decisão de se candidatar à Câmara da Figueira da Foz Pedro Santana Lopes apanhou José Silvano, secretário-geral e coordenador autárquico do PSD, de surpresa.
“A única coisa que quero dizer é que já não esperava, nesta altura [em que o PSD já apresentou o seu candidato], que Pedro Santana Lopes fosse candidato à Câmara da Figueira da Foz”, declarou José Silvano, em declarações ao jornal Público.
Por seu lado, o candidato do PSD à Câmara Municipal da Figueira da Foz, Pedro Machado, desvalorizou a candidatura de Santana Lopes à autarquia e as sondagens que lhe dão resultados positivos. Segundo o cabeça-de-lista social-democrata, a Figueira da Foz foi das últimas escolhas de Santana Lopes.
Além disso, Pedro Machado rejeitou quaisquer futuras pontes com a candidatura de Santana Lopes, que diz não ter “nada a ver com o PSD”.
Santana Lopes, que na sexta-feira mudou a residência para a Figueira da Foz, apresentou-se como candidato a esta Câmara do distrito de Coimbra exatamente 24 anos depois de o ter feito pela primeira vez.
“Cá estou. É uma decisão de enorme responsabilidade, num tempo difícil. Tenho estado a trabalhar, a estudar. Sempre disse que seria a Figueira da Foz e só a Figueira da Foz”, disse Pedro Santana Lopes, que será candidato pelo movimento Figueira a Primeira, à agência Lusa.
Em 9 de maio de 1997, Santana Lopes anunciou a sua candidatura a esta Câmara, que viria a conquistar então pelo PSD.
Paulo Cunha prepara outros voos
Por sua vez, o presidente da Câmara de Vila Nova de Famalicão comunicou, esta segunda-feira, ao presidente do PSD a sua decisão de não voltar a ser candidato.
Segundo o Público, há quem veja nesta decisão vontade de ganhar espaço no partido para começar a desenhar uma alternativa a nível da liderança do PSD – mas não para já.
“O dr. Paulo Cunha terá um papel político no futuro, não tenho a mais pequena dúvida. Haverá um amanhã do ponto vista político”, disse Joaquim Pinto Moreira, conselheiro nacional e presidente da Câmara de Espinho, sublinhando, contudo, que “não foi a ambição política” que levou Cunha a abandonar a corrida autárquica, mas sim “razões pessoais”.
Esta é uma “decisão eminentemente pessoal – não há aqui nenhum sofisma, nem nenhuma reserva mental. Há um ciclo que se fecha e outro que se abre”, garantiu o autarca.
“O dr. Paulo Cunha é uma pessoa de referência no PSD para continuar a andar por aí”, disse o secretário da concelhia do PSD, Hugo Mesquita. “As qualidades políticas que tem vão permitir-lhe fazer um caminho, porventura, rumo à liderança do PSD”.
O também conselheiro nacional do PSD, Hugo Neto, vê em Paulo Cunha “um ativo do partido” e diz desejar que esta decisão não signifique que se vai afastar da vida política.
Na disputa interna no PSD, Paulo Cunha foi um dos apoios de Luís Montenegro, que viria a perder as diretas para Rui Rio. O vereador Mário Passos, que o autarca de Faamalicão quer candidatar no seu lugar, também esteve com Luís Montenegro.
No último congresso do PSD, em fevereiro de 2020, Paulo Cunha liderou a lista ao conselho nacional afeta ao antigo líder da bancada parlamentar do partido, Luís Montenegro.