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Número 2 do PS revela que candidatos autárquicos desistiram depois de conhecerem remunerações

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(dr) PSocialista / Flickr

José Luís Carneiro

Em entrevista ao Jornal de Notícias, o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, revelou que alguns candidatos às autárquicas desistiram depois de conhecerem as remunerações.

Confrontado com as quebras salariais impostas pela troika, José Luís Carneiro afirmou que “é muito importante fazer uma discussão sobre o sistema político, que tem de envolver diversas dimensões”.

“É nesse quadro que eu acho que faz sentido discutir-se as condições de trabalho, se quisermos a condição daqueles que desempenham funções políticas”, justificou.

Em entrevista ao Jornal de Notícias, o secretário-geral adjunto do PS revelou que houve candidatos às eleições autárquicas que desistiram porque os salários são baixos.

“Nós tivemos neste processo eleitoral autárquico candidatos escolhidos, que vinham nomeadamente da área da medicina e que trabalhavam no público e compatibilizavam também com o privado, que desistiram depois de conhecerem as remunerações que tinham nas respetivas autarquias”, afirmou o número 2 do PS.

Na ótica de Carneiro, estas desistências demonstram que, apesar de haver bons candidatos, “há muitos outros cidadãos que podiam estar disponíveis para a vida política se a vida política tivesse também outras condições de reconhecimento do esforço e da exposição pública que é exigida a um responsável político”.

Na mesma entrevista, o socialista defendeu que o PS quer manter o maior número de Câmaras e que o partido pode até ganhar no Porto.

“No Porto temos uma proximidade eleitoral que anda na casa dos 30%, uma fortíssima base eleitoral”, começou por dizer. “O primeiro grande objetivo é que estes cidadãos se revejam no projeto de cidade que queremos apresentar. Segundo grande objetivo: que, para além desses, outros se possam reencontrar com o PS, que foi o partido que no desempenho de funções autárquicas mais marcas deixou na cidade.”

“O desafio autárquico no Porto não é de todo impossível“, sublinhou José Luís Carneiro, que chegou a ser um dos nomes apontados para a Invicta.

Questionado sobre o que faltou para a sua candidatura se materializar, Carneiro disse que não houve convergência dentro do partido para que fosse o candidato no Porto.

“Eu coloquei uma questão muito importante: que a minha disponibilidade fosse também o resultado de um espírito de convergência entre as diferentes estruturas do partido. É evidente que essa disponibilidade não encontrou essa convergência política”, revelou.

É Tiago Barbosa Ribeiro quem vai liderar a lista do partido à presidência da Câmara do Porto nas eleições autárquicas.

Depois das desistências do secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro, e do secretário-geral adjunto do PS, a escolha do candidato socialista à Câmara Municipal do Porto recai no deputado e presidente da comissão política concelhia do PS-Porto.

Liliana Malainho, ZAP //

13 Comments

  1. Vergonhosas estas declarações. Num pais com um ordenado minimo que é uma miséria, um nivel de vida acima dos outros paises da europa e a queixarem-se que vão receber pouco. Vêm de empresas publico privadas e de gabinetes sustentados pelo dinheiro publico que nadam em milhoes por elaborar meia duzia de pareceres!
    Alem do ordenado ainda é carros, motoristas, ajudas de custo despesas pagas e ainda se lamentam!?!?
    Vivem na bolha os politicos de hoje! alheados da realidade!

  2. Perfeitamente normal e não vejo qualquer problema. Quando me candidato a uma qualquer vaga de emprego, espero conseguir condições (remuneratórias também) mais vantajosas do que as que tenho actualmente. Se na balança de prós e contras chegar à conclusão que não é compensador, desisto. Porque razão haveria de ser diferente na política. É um emprego como qualquer outro, como facilmente se constata pelos inúmeros profissionais da política. Portanto, se não lhes interessa, amigos como dantes.
    A título pessoal, e numa perspectiva meramente pecuniária, até interessaria um cargo desses, já que é mais bem pago do que aquilo que aufiro. No entanto, as chatices, a exposição pública, as canalhices, os burgessos e os clientelismos a que um tipo nesses cargos tem de estar sujeito, a mim dinheiro algum paga. Portanto, podem aumentar duas vezes, dez vezes, o que quiserem! Por mim, passo….

  3. Acho que se deverá ver os salários dos políticos quando eles provarem que não são corruptos, incompetentes, compadrios, etc.

  4. Estar ao serviço da Pátria na ocupação de cargos políticos deveria ser por quem tem capacidade para o fazer a custo zero -por amor à camisola- e sendo apenas compensado pelas despesas de deslocação e representação. Nada mais do que isso.
    Assim se veria quem são os verdadeiros patriotas!

  5. Deveriam era agrupar câmaras próximas, como fizeram com os agrupamentos de escolas! Ficaríamos com menos de metade das câmaras e uma poupança de muitos milhões!

  6. Isso de agrupar câmaras e freguesias não dá poupança, na minha freguesia que foi agrupada por ambição política, destruíram os serviços essenciais ás populações, mas aumentaram o salário dos políticos, por outro lado cometem erros de falta de rigor político, na execução de trabalhos, os melhores gestores públicos não são políticos, pois os políticos dependem dos votos, e dos partidos, não havendo política manda a competência, gerir uma nação, ou uma autarquia, não devia ser com política nem com gestores, os gestores devem ser para as empresas, pois está lá o principio do lucro, na gestão pública devia ser o principio família, pois é isso que somos uma família, e não uma empresa, os políticos por outro lado queixam-se dos salários, mas andam nas querelas para ver quem agarra o osso, e se fossem mostrar que são capazes sem a política e não chorar para mamar.

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