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Tancos. Procuradora do caso dos Comandos alvo de inquérito-crime por interceder contra o MP

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Paulo Novais / Lusa

Militares à entrada dos Paióis Nacionais do Polígono Militar de Tancos

Cândida Vilar terá aconselhado o major Vasco Brazão, da Polícia Judiciária Militar, a não dar informações ao Ministério Público e à Polícia Judiciária.

A procuradora do caso dos Comandos, Cândida Vilar, está a ser alvo de um inquérito-crime com “origem numa certidão extraída do processo de Tancos”.

Segundo a edição deste sábado do Diário de Notícias, o Ministério Público (MP) instaurou o processo contra a procuradora por esta ter alegadamente aconselhado o major Vasco Brazão, da PJ Militar, a não dar informações ao MP e à PJ durante a investigação ao desaparecimento de armas e equipamento militar dos paióis de Tancos.

O processo está a ser conduzido pelo Ministério Público do Tribunal da Relação de Lisboa e não ter arguidos constituídos. A existência do processo foi confirmada ao jornal pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Por sua vez, a procuradora diz desconhecer a existência deste inquérito, afirmando não ter sido notificada.

De acordo com o DN, a origem deste processo está numa escuta a uma chamada entre Vasco Brazão, o major que liderou a investigação da PJ Militar ao desaparecimento do material, e Cândida Vilar, durante a qual, no entender do MP, a procuradora motivou Brazão a não adiantar informações ao DCIAP e à PJ.

Em causa podem estar crimes contra a realização da justiça, como denegação de justiça, prevaricação e favorecimento pessoa. Além disso, estão também em causa violações dos deveres dos magistrados do Ministério Público.

O major tinha o telefone sob escuta uma vez que estava na mira da Operação Húbris, que investigou o reaparecimento das armas de Tancos na Chamusca.

Ao matutino, a procuradora disse não ter memória deste telefonema. “Não tenho ideia nenhuma dessa conversa”, afirmou. Cândida Vilar, que tem sido responsável por alguns dos processos mais mediáticos no país, trabalhou com Vasco Brazão a propósito da investigação à morte de dois recrutas dos comandos, em 2016.

Recentemente, a procuradora esteve envolvida no caso da invasão da academia do Sporting por membros da Juve Leo. No último ano, Cândida Vilar foi alvo de três processos disciplinares: um nos comandos e dois no caso de Alcochete.

Esta semana, Cândida Vilar, de 62 anos, foi constituída arguida numa queira relativa à forma como agiu no caso dos comandos.

ZAP //

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