Uma cadeia de cafés popular na Índia, a Chaayos, está envolvida em polémica por ter começado a usar tecnologia de reconhecimento facial com os clientes.
A utilização de tecnologia de reconhecimento facial não é proibido no país, mas normalmente os clientes são avisados nas lojas. Na Chaayos, aparentemente, isso nem sempre acontece.
O alerta foi dado, de acordo com o semanário Expresso, pelo editor do site de monitorização dos media MediaMama, Nikhil Pahwa, que, quando foi a um Chaayos, viu que o seu retrato aparecia na conta que lhe trouxeram.
Nos seus termos e condições, a Chaayos avisa os consumidores de que não devem esperar “que a informação pessoal deva ser sempre privada” e que os clientes, ao aderirem ao programa de fidelização, autorizam a empresa a entregar informação às autoridades, a firmas de cobranças e a terceiros.
Porém, Pahwa não está inscrito no programa de fidelização e, por isso, não autorizou que lhe tirassem o retrato e o imprimissem. “Isto é desnecessariamente intrusivo e não existe a opção de ser excluído, o que é problemático”, disse, em declarações à BBC.
Um especialista em tecnologia, Prasanto K. Roy, acrescenta ainda que “esta tendência de empresas privadas recolherem grandes volume de dados biométricos com fotografias associadas à identidade dos utilizador, a números privados e a outros detalhes é profundamente preocupante. Centenas de empresas recolhem e armazenam dados biométricos, muitas vezes sem controles visíveis e sem políticas de privacidade publicadas”.
Roy nota ainda que estes dados são frequentemente vendidos a outras empresas e usados para fins ilegítimos.