As duas interceções realizadas pelos caças F-16 portugueses em espaço aéreo internacional sob jurisdição de Portugal, ocorridas na quarta-feira e esta sexta-feira, foram as únicas envolvendo aviões militares em pelo menos 20 anos, segundo uma fonte militar.
“Há muitos anos, há mais de 20 anos, que não havia interceções em espaço aéreo internacional, sob responsabilidade portuguesa, de aviões militares. As duas situações verificadas esta semana são as únicas registadas este ano, envolvendo aviões militares. Em ambos os casos tratou-se de aviões militares russos Tupolev-95”, explicou à agência Lusa a mesma fonte militar.
Os dois bombardeiros Tupolev-95 intercetados na quarta-feira estavam a 100 milhas da costa portuguesa (185 quilómetros de Peniche), enquanto os dois aviões do mesmo modelo intercetados esta sexta-feira pelos F-16 portugueses se encontravam a 90 milhas (170 quilómetros) do Porto.
O espaço aéreo nacional ou considerado de soberania nacional vai até às 12 milhas. A partir daí e até ao limite das denominadas Regiões de Informação Aérea – Flight Information Region (FIR) – de Lisboa e de Santa Maria, no Oceano Atlântico, é considerado espaço aéreo internacional, mas sob jurisdição de Portugal, cabendo a Portugal a sua monitorização.
Duas interceções numa semana
Esta sexta-feira, pela segunda vez esta semana, duas parelhas de caças F-16 da Força Aérea Portuguesa “fizeram, mais uma vez com total sucesso, a interceção e a identificação” de dois aviões militares russos em espaço aéreo sob jurisdição de Portugal e acompanharam-nos “até saírem” daquela área, disse o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco.
“Isto significa que o sistema funcionou mais uma vez, há de funcionar sempre que for necessário”, frisou o ministro, que falava aos jornalistas no aeroporto de Lisboa, pouco depois de ter chegado a território nacional no regresso de uma visita de três dias à capital da Colômbia, Bogotá.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, considerou na quinta-feira à noite que a interceção de aviões russos em espaço aéreo sob jurisdição portuguesa “não é um fenómeno muito simpático“.
/Lusa