O Presidente ucraniano afirmou hoje estar convencido de que a Rússia vai perder a guerra ao falar a uma multidão em Copenhaga, depois de Dinamarca e Países Baixos lhe terem prometido o envio de caças F-16.
“Hoje, estamos convencidos de que a Rússia vai perder esta guerra”, disse Volodymyr Zelensky à multidão reunida perto do parlamento, depois de ter discursado perante os deputados.
A Dinamarca vai entregar 19 caças norte-americanos a Kiev, seis dos quais no final do ano, seguindo-se oito em 2024 e cinco em 2025, segundo o Governo de Copenhaga.
Os aviões prometidos pela Dinamarca serão entregues gradualmente a Kiev: seis no final do ano, oito em 2024 e cinco em 2025, de acordo com a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen.
Zelensky disse que os Países Baixos também vão fornecer 42 caças F-16 a Kiev, embora o primeiro-ministro neerlandês, Mark Rutte, se tenha mostrado relutante em dar um número exato.
“O mais importante é o que estamos a provar com a nossa vitória, a nossa cooperação. Juntos, estamos a provar que a vida tem valor, que as pessoas são importantes”, disse Zelensky à multidão.
“A liberdade é importante, a Europa é importante”, acrescentou, citado pela agência francesa AFP. Zelensky deslocou-se no domingo aos Países Baixas e à Dinamarca para examinar os aviões que Kiev tem pedido desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
Os Estados Unidos aprovaram na sexta-feira o envio dos caças F-16 para a Ucrânia, após a formação dos pilotos ucranianos. A autorização de Washington era necessária por os aviões serem de fabrico norte-americano.
A Dinamarca e os Países Baixos são membros da NATO, além de pertencerem à União Europeia (UE).
Rússia vê escalada no conflito
O embaixador russo em Copenhaga, Vladimir Barbine, denunciou hoje a decisão do Governo dinamarquês como “uma escalada do conflito”.
“Ao esconder-se por detrás da ideia de que a Ucrânia deve ser ela própria a determinar as condições de paz, a Dinamarca procura, através dos seus atos e palavras, deixar a Ucrânia sem outra alternativa que não seja a de prosseguir o confronto militar com a Rússia”, afirmou.
O diplomata acrescentou que a decisão “empurra a Ucrânia para o abismo e condena o seu povo a novas vítimas”.
Em julho, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, tinha advertido contra a entrega dos F-16, afirmando que Moscovo os consideraria uma ameaça nuclear.
Em resposta às críticas de Moscovo, o ministro da Defesa dinamarquês, Jakob Ellemann-Jensen, reafirmou hoje que o armamento entregue a Kiev só poderá ser usado em território ucraniano.
“A entrega de armas é na condição de serem usadas para expulsar o inimigo do território da Ucrânia. Nada mais do que isso”, afirmou Ellemann-Jensen à imprensa local.
“São estas as condições, quer se trate de tanques, aviões de combate ou qualquer outra coisa. É essa a mensagem que a Ucrânia vai receber”, acrescentou, segundo a agência espanhola Europa Press.
A Ucrânia lançou uma contraofensiva em junho para tentar recuperar território conquistado pela Rússia, mas tem admitido que as tropas avançam lentamente e com resultados modestos.
Além de armamento, os aliados ocidentais de Kiev decretaram sanções contra Moscovo para tentar diminuir a capacidade russa de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
Desconhece-se o número de baixas civis e militares da guerra na Ucrânia, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que serão elevadas.
ZAP // Lusa
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