Esta quarta-feira, um Tribunal do Almirantado Britânico decidiu a favor de um caçador de tesouros que disputa com a África do Sul a propriedade de cerca de 60 toneladas de prata, avaliadas em mais de 43 milhões de dólares, recuperadas de um navio naufragado no oceano Índico em 1942, durante a II Guerra Mundial.
De acordo com o jornal britânico The Times, o tesouro disputado – 2.364 lingotes de prata – tinha sido adquirido pela Casa da Moeda sul-africana. No entanto, o navio que o carregava, o SS Tilawa, foi atacado por submarinos japoneses no seu trajeto da cidade indiana de Bombaim até à costa africana, afundando a cerca de 1.500 quilómetros a nordeste das ilhas Seychelles.
Os 2.364 lingotes de prata, que pesam cerca de 60 toneladas, estão avaliadas em mais de 43 milhões de dólares (equivalente a 35 milhões de euros).
Depois de localizar os destroços em 2014, Ross Hyett, um ex-piloto britânico de corridas de automóveis, iniciou, em 2017, uma operação secreta para recuperar a carga.
Durante os seis meses da expedição, a prata permaneceu escondida no fundo do mar em águas internacionais para evitar que fosse confiscada pelas autoridades.
Os lingotes foram transportados para Southampton, no Reino Unido, pelo Cabo da Boa Esperança, evitando assim a travessia do Canal de Suez, onde a carga teria de ser declarada ao Shipwreck Receiver, instituição que fiscaliza o cumprimento das leis de salvamento.
No entanto, em 2016, a Odyssey Marine Exploration, empresa de resgate de naufrágios dos Estados Unidos, contactou as autoridades sul-africanas e ofereceu-se para localizar e recuperar a carga do SS Tilawa em troca de 85% do tesouro.
Porém, antes de as operações para recuperar a carga pudessem começar, o tesouro já tinha sido removido por Hyett.
Neste contexto, o Governo da África do Sul entrou com uma ação no Tribunal do Almirantado, argumentando que a prata pertencia à Casa da Moeda, portanto, deveria ser considerada propriedade do Estado.
No entanto, o juiz responsável pelo caso decidiu que os lingotes estavam destinadas ao uso comercial, negando ao Estado africano os direitos sobre elas.
“Com toda a probabilidade, a prata foi esquecida até 2016, quando a Odyssey Marine Exploration lembrou a República da África do Sul da sua existência”, decidiu o juiz.
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