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“Burnout” já faz parte da lista de doenças da Organização Mundial de Saúde

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que passou a incluir na lista de doenças o “burnout”, estado de esgotamento físico e mental causado pelo exercício de uma atividade profissional.

A entrada do “burnout” (ou stress profissional) na nova classificação internacional de doenças da OMS, que vigorará a partir de 1 de janeiro de 2022, baseia-se nas conclusões de peritos de saúde de todo o mundo e foi adotada pela Assembleia-Geral da organização, que decorre até terça-feira em Genebra, na Suíça.

“É a primeira vez que o burnout entra na classificação”, afirmou aos jornalistas um porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic.  Esta síndrome foi incluída na 11.ª revisão da CID, que tem como objetivo padronizar a codificação das doenças e outros problemas relacionados com a saúde e que entrará em vigor em 2022.

Na classificação internacional de doenças da OMS, que serve de base para as estatísticas de saúde, o “burnout” surge na secção consagrada aos “problemas associados” ao emprego e desemprego, sendo descrito como “uma síndrome resultante de stress crónico no trabalho que não foi gerido com êxito”.

A doença, de acordo com a OMS, caracteriza-se por “um sentimento de exaustão, cinismo ou sentimentos negativistas ligados ao trabalho e eficácia profissional reduzida”. Também se destaca: “O burnout refere-se especificamente a fenómenos no contexto profissional e não deve ser aplicado para descrever experiências noutras áreas da vida.”

Ao todo, descrevem-se três dimensões desta síndrome: sensações de esgotamento de energia ou exaustão; aumento da distância mental do emprego ou sentimentos de negativismo e de cinismo relativamente ao emprego; e uma reduzida eficácia profissional.

“A CID-11 foi atualizada para o século XXI e reflete os avanços críticos na ciência e na medicina”, lê-se num comunicado da OMS. O rascunho da atualização desta lista foi lançado no ano passado depois das recomendações de vários especialistas em saúde de todo o mundo.

No comunicado, adianta-se que a CID-11 é completamente eletrónica e pode ser incorporada em aplicações eletrónicas de saúde e sistemas de informação, “tornando esta ferramenta muito mais acessível”.

Nesta lista, reconhecem-se os “distúrbios com videojogos” e o comportamento sexual compulsivo como transtornos mentais e muda-se a classificação do transgenderismo dos transtornos mentais, passando-a para o capítulo das “perturbações relacionadas com a saúde sexual”.

ZAP // Lusa

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