A jovem agressora do rapaz que foi atropelado no Seixal, quando ia a fugir dela, tornou-se “vítima” de bullying, estando a receber “ameaças”, até de adultos, e sendo o centro das atenções de jornais, redes sociais e figuras públicas.
Muitos utilizadores das redes sociais têm manifestado choque com o caso da criança que foi atropelada no Seixal, no distrito de Setúbal, quando ia a fugir de colegas de escola que a perseguiam numa situação de bullying.
A principal agressora do grupo de raparigas, uma jovem de 13 anos, é a visada em todas as críticas, com pessoas a salientarem que devia ser “espancada”.
A mãe da jovem, Cláudia Batista, já disse, em declarações à SIC, que a filha está “com a cabeça desfeita em água” e “de castigo”.
“Retirámos-lhe tudo, não sei se querem que eu faça um vídeo a dar-lhe uma tareia e que ponha nas redes sociais, porque neste momento é aquilo que acho que pretendem que eu faça, que é gerar violência depois do que aconteceu”, aponta ainda.
“Neste momento toda a gente quer a cabeça da Jéssica, querem que ela seja punida e eu não sei o que é que pretendem: se é que ela seja crucificada em directo, não faço ideia”, lamenta ainda a mãe da jovem.
Em declarações a outros media, Cláudia Batista nota que a filha “está transtornada e vai falar com um psicólogo”.
Além disso, refere que “está a ser vítima de ameaças de adultos” e salienta que não voltará a frequentar a escola até ao final deste ano lectivo.
Para lá das ameaças, nas redes sociais há muitas pessoas a criticarem o comportamento da adolescente, nomeadamente figuras públicas como Diogo Piçarra.
O cantor criticou declarações da mãe da jovem que falou no caso como uma “brincadeira estúpida” e escreveu no Twitter que não está em causa um caso de bullying, mas antes “uma tentativa de homicídio”.
https://twitter.com/diogopicarra/status/1397554444041170944
Nos media, o caso continua a ser notícia e, nesta quinta-feira, o Correio da Manhã (CM) noticiou que a jovem de 13 anos “agride com frequência a murro e pontapé”.
Rapaz atropelado só quer “fazer a vida normal”
A PSP do Seixal terá já identificado a adolescente e mais outras seis menores, com idades entre 12 e 13 anos, que serão os outros elementos que aparecem no vídeo que foi divulgado nas redes sociais.
Entretanto, o jovem atropelado vai ser ouvido, nesta sexta-feira, no Tribunal de Família e Menores do Seixal no âmbito do inquérito aberto pelo Ministério Público. A adolescente também deveria ser ouvida esta sexta-feira, mas a sua audiência foi adiada.
O pai do rapaz diz ao CM que o filho “está a recuperar”, tendo como sequelas físicas apenas um braço ao peito, e que já lhe disse que quer “fazer a vida normal”.
“Voltou à escola na segunda-feira, com apoio de colegas e professores, mas vamos querer justiça”, destaca José Lemos que é professor de Karaté.
“Estamos perante um caso de polícia. Aquilo que vou propor são processos disciplinares”, aponta ainda o pai do jovem de 13 anos.
José Lemos revela também que a escola já abriu um processo ao caso.
Pais devem ser responsabilizados pelo bullying dos filhos
A Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) já veio comentar o caso, considerando que o bullying “está a tomar contornos mais graves e perigosos e cada vez em idades mais novas“.
“Preocupa-nos a forma leviana como tudo isto é tratado. Não só o bullying como depois a publicação nas redes sociais”, lamenta o presidente da CNIPE, Rui Martins, em declarações à Lusa.
Numa primeira fase e perante casos de bullying, as escolas devem contar com os próprios serviços de psicologia, mas a CNIPE admite que em alguns casos se deve avançar para “uma penalização ajustada relativamente aos agressores e encarregados de educação”.
Os pais sugerem medidas como participar em acções de cidadania de prevenção e solidariedade ou “serem obrigados” a frequentar horas junto de Instituições Particulares de Solidariedade Social.
A CNIPE recomenda aos pais e encarregados de educação que estejam “atentos aos comportamentos dos seus filhos“, quer no papel de agressor quer no papel de vítima.
“Há um trabalho diário que é preciso fazer. Quando os alunos são indisciplinados, a escola tem de actuar logo, tem de chamar os pais, falar com eles e perceber quais são os seus problemas”, aponta ainda o elemento da CNIPE.
“Agora, se uma escola chama um pai várias vezes e ele não vem, então tem de se contactar outros serviços para intervir, porque esse pai existe”, defende ainda Rui Martins.
Nestas situações, as escolas podem e devem recorrer a outras entidades, como a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) ou a PSP.
Sobre o caso concreto do Seixal, a CNIPE acusa a escola de “não ter feito tudo para evitar este tipo de ocorrências graves”.
A directora do Agrupamento de Escolas Dr. António Augusto Louro, Célia Dias, garantiu à Lusa que até à divulgação do vídeo nas redes sociais, “a direcção não tinha conhecimento de conflitos entre estes alunos”.
Susana Valente, ZAP // Lusa
Agora é a vez do guna diogo piçarra fazer bullying à mãe da miúda… é um ciclo vicioso. Os agressores estão em toda a parte.
Não Cláudia, a culpa não é do “guna” Diogo Piçarra. A culpa, uma vez que a Jesica só tem 13 anos, é da mãe que ainda se acha com razão. O que essa senhora devia fazer era pedir desculpas e “enfiar a viola num saco”…
Nao tente arranjar culpados onde eles n existem. ‘A mae é culpada, a filha é culpada, o miudo é culpado, o condutor é culpado, a mae da mae é culpada, deus é culpado… e até o Marcelo é culpado…’ simplesmente n leva a lado nenhum apontar o dedo e n fazer nada.
Se estivermos atentos à nossa volta ja ajudamos mt. E se denunciarmos sempre q testemunharmos bullying tb ajudamos. O resto é paisagem…
Concordo que, não foi correta a reação da mãe mas, não podemos esquecer o que é ser mãe !
Não podemos também esquecer as grandes vítimas desta situação e que são dois adolescentes de 13 anos.
Há o que está a recuperar (felizmente) do atropelamento e há uma miúda que também está agora a sofrer pelas reações intempestivas de toda uma sociedade hipócrita que, nada faz para prevenir estas situações ( escola, pais, cidadãos, etc..) e que agora querem a cabeça de uma adolescente de 13 anos para servir de exemplo. Haja paciência …..
Disseste tudo Rui! É óbvio que a mãe tem e tinha q estar presente. E provavelmente é uma mãe igual a tantas outras q fazem o q podem, e n é facil. A miuda tem q ter um castigo à medida mas isso implica acima de td uma conversa séria p começar. Pessoas alheias a atiçarem em praça publica n ajudam em nada. Por isso mencionei o Diogo Piçarra q como figura pública é q devia dar o exemplo e abster se… a ‘opiniao’ dele so serve p despertar os instintos sádicos dos agressores.
Virou-se o feitiço contra a feiticeira. É para ela sentir na pele o que fazia aos outros. Pode ser que assim aprenda, já que não sabia distinguir o certo do errado, o bem do mal.
O MC deve ter sido um santo com 13 anos.
Não acredito que ninguém nunca tenha feito bullying, so que à 30 anos isso era normal, hoje fazia, amanhã sofria, chamava-se crescer.
Existem limites, e sim, è uma infelicidade o atropelamento, mas ele não foi empurrado, atravessou na tentativa de fugir.
Um pouco de compressão para com a vitima mas também com o “agressor”, não me venham dizer que uma miúda de 13 anos tem obrigação moral de pensar em todas a consequências e ter total maturidade entender todos os contornos de bem e mal.
Isso é hipocrisia conveniente, caso contrario teriam de concordar que crianças de 13 anos deviriam votar, a ingressar governo e a ter responsabilidades para com o país. Quem sabe talvez tivéssemos menos corrupção.
Agora os exemplos que se vê de censura ao bullying são na sua verdadeira o que se quer combater no bullying. Infelizmente para estes (como você e alguns comentadores de televisão), já não se pode dizer que tem 13 ou 14 anos !
Pergunta para todos
(Preambulo: sou uma pessoa de instintos extremamente violentos.)
– Um dia, ao almoço num restaurante popular sobre a praia de Carcavelos, um miúdo, para ai dos seus 10 anos, veio de uma mesa distante para aí uns 5 metros (cheia de gente) , e desatou a servir-se à mão das coisas que estavam na minha mesa e a olhar para nós com ar de desafio.
Que acham que eu (não) fiz?
A pergunta é: que raio é que isso tem a ver com isto?!
E que isto sirva de exemplo a outros como ela.
No meu tempo de escola sofri muito bullying, como hoje é moda chamar. Ainda hoje olho para trás e vejo brincadeiras parvas de crianças. A única coisa que me parece ter de ser julgada é uma atitude que teve uma consequência, que foi o atropelamento, e cuja causadora terá de ser responsabilizada para crescer como ser humano.
Nota-se pelos teus comentários.
““Voltou à escola na segunda-feira, com apoio de colegas e professores, mas vamos querer justiça”, destaca José Lemos que é professor de Karaté.” Para que raio é necessário saber que ele é professor e karaté? O que isso interessa na notícia?
Delete information.
Adivinhamsse cenas dos proximos capitulos…uma brincadeira de jovens,e ate Piçarras enterram…mas sera que não têm problemas mais graves neste país…
“Adivinhamsse” é mais alguns anos no ensino para aprenderes a escrever corretamente!
E, meu amor, as vírgulas… 🙂
Diz lá o que é grave para ti. Dou consultas pro bono.
Eu vi a entrevista da mãe e, só por aí, já percebi porque motivo a filha fez o que fez.
Esta menina tem de sofrer as consequências, apesar de, em Portugal, os criminosos poderem seguir a sua vida como se nada tivessem feito.
Esta menina deverá ser responsabilizada…
Esta miúda só está a colher aquilo que semeou, não é nenhuma vítima, chama-se acto e consequência. Não tenho pena nenhuma que lhe saia cara a “brincadeira” pois certamente não é a fazer de conta que é tudo normal, e a branquear estes actos criminosos, e achar que ninguém tem culpa que se sai da cepa torta.
Pelos vistos esta menina já tem a tendência a ser agressiva, para mais baseia-se no seu físico e possivelmente desta forma imagina-se intocável, esta situação poderia ter resultado numa morte ou numa invalidez grave, é bom que seja repreendida a sério e até apanhar um castigo como cumprir um serviço social, por exemplo, para que lhe sirva de exemplo e humilhação perante os colegas, talvez assim perca a mania da superioridade, de resto não vale a pena estar para aqui a desejar-lhe castigos enormes quando os adultos fazem muitas vezes coisas piores e a justiça faz de conta nada ver!
Há uma parte da culpa que é social, e que deve ser debatida.
As actuais ideologias de facilitismos, e sobretudo de desresponsabilização geral e em particular nos menores são a prazo, como bombas relógio, vão causar muito mais estragos e sofrimentos do que as pretensas benesses e amenidades.
As diminuições nas responsabilidades, possibilidades e atribuições de progenitores, parentes, escolas e colegas têm consequências.
Reduziu-se muito o tempo de acompanhamento parental e limitou -se o campo de actuação destes.
Limitou-se a autoridade destes, sobretudo nos aspectos disciplinares, os pais tem receios de repreender, corrigir ou disciplinar os filhos com quem passam cada vez nenos tenpo, tendo assim passado para o estado boa parte destas obrigações, ora este assume mal estas suas responsabilidades.
Pouco debate se assiste sobre estas matérias que deveriam ocorrer com a frequencia necessária, em reuniões de pais com o pessoal da escola e alunos onde todos deveriam ter voz activa e organizada de modo a acompanhar e produzir resultados positivos, e não assistirnos impávidos aos problemas, fazernos um alaridos pontual e passarmos paulatinamente para outro, sem nada se fazer de positivo.
Bullying é Bullying e ponto final.
Nem todas as crianças são totalmente boas ou totalmente más, e não se pode justificar comportamentos com a educação que se recebe em casa, pois em casa se calhar tem um excelente comportamento e na escola ao pé dos colegas quer demonstrar que é “fixe” com este tipo de atitudes
Na minha Opinião onde se deveria atacar primeiro era na instituição ESCOLA, que tende em desvalorizar comportamentos como empurrões, ou chamar nomes, e apelidar os mesmos de “brincadeiras” e leva os alunos a pensar que podem fazer tudo e mais alguma coisa.
Se calhar se fossem punidos pesadamente por cada vez que o fazem, os levassem a pensar um pouco mais e evitaria muita porcaria que acontece.
Não diga que o estado neste caso de bullying, na escola, não assumiu a sua responsabilidade. Existe nos curricula escolares uma disciplina que visa tratar da formação cívica dos alunos mas o que é que entenderam uns encarregados de educação, no passado ano lectivo ? Que a disciplina não fazia sentido algum e que os seus filhos não a frequentariam porque consideram que a educação das crianças é apenas assunto da competência dos pais das crianças e, por isso, recorreram aos tribunais porque os filhos perderam o ano por faltas . O resultado está à vista! Não sei se temos que castigar as crianças ou os pais das crianças!! Este assunto da desresponsabilização dos adolescentes é muito grave e parece-me que os pais deverão prestar-lhe mais atenção sob pena de, se não o fizerem, estarem a contribuir para uma possível vitimização dos seus filhos . Este rapaz podia ter morrido por causa de uma “brincadeira estúpida”, como a mãe da agressora reconhece.