Theresa May terá pedido à União Europeia apenas um pequeno adiamento, de cerca de três meses, para fechar o acordo do Brexit.
Segundo a Sky News, a primeira-ministra britânica terá enviado uma carta a Donald Tusk, Presidente do Conselho Europeu, pedindo um curto alargamento do prazo, algo que vai contra as pretensões de alguns dos membros do governo, que pretendiam um adiamento mais longo.
“As pessoas deste país estão à espera há quase três anos. Elas estão fartas do fracasso do Parlamento em tomar uma decisão e a primeira-ministra partilha dessa frustração”, disse um porta-voz de May.
Porém, os três meses são apenas uma previsão, já que não foi confirmado o período de tempo que May terá pedido. A Sky News refere os três meses por o dia 30 de junho ser o último em que o Reino Unido pode permanecer na UE sem ser obrigado a participar nas eleições europeias.
A primeira-ministra britânica irá na quinta-feira a Bruxelas para a última reunião com a UE, na qual se espera que os outros 27 Estados membros considerem o pedido de adiamento. Contudo, se a UE o aceitar, o Parlamento terá que aprovar uma mudança na lei para remover a data de saída atual do país de 29 de março para uma nova data.
Numa moção aprovada a 14 de março pelo parlamento britânico, o governo tinha sugerido pedir à UE uma “prorrogação técnica curta e limitada” de três meses, até 30 de junho, necessária apenas para passar a legislação necessária, mas deixava entender que pretendia submeter o Acordo de Saída, chumbado duas vezes, em janeiro e março, de novo ao parlamento esta semana, até quarta-feira.
Esta carta vem na sequência da decisão do presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, de não aceitar uma terceira votação do acordo do Brexit se não houvesse alguma alteração significativa.
Para os analistas, um prazo longo é contrário aos interesses de Theresa May, que não quer dar tempo à enorme quantidade de rebeldes do seu próprio partido que estão interessados em vê-la afastada da liderança dos Conservadores e da chefia do executivo.
O porta-voz de Theresa May disse ainda, segundo os jornais britânicos, que a primeira-ministra acredita que o Reino Unido entrou em plena crise política, depois de Bercow ter decidido que não aceitará uma nova votação do acordo do Brexit.