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Brasil com novo recorde diário de óbitos. Governador do Rio de Janeiro infetado

António Lacerda / Lusa

O Brasil registou 204 mortes devido ao novo coronavírus nas últimas 24 horas e bateu um novo recorde diário, contabilizando 1.532 óbitos e 25.262 infetados desde o início da pandemia, informou esta terça-feira o executivo.

O país sul-americano registou 204 mortes (mais 99 que na segunda-feira), e 1.832 novos de pessoas infetadas (mais 571 do que na véspera).

Além do número recorde de óbitos num único dia, o país sul-americano registou um aumento de 15% nas vítimas mortais, de 1.328 para 1.532, enquanto o número de infetados cresceu 8%, de 23.430 para 25.262 casos confirmados.

A taxa de letalidade do novo coronavírus no país subiu para 6,1%, indicou o Ministério da Saúde. São Paulo continua a ser o estado brasileiro com maior número de casos confirmados, registando 695 mortos e 9.371 pessoas infetadas.

Seguem-se o Rio de Janeiro, com 224 vítimas mortais e 3.410 casos confirmados, e o Ceará que teve, até ao momento, 107 óbitos e 2.005 casos de infeção.

Já Tocantins, localizado na região norte do país, encontra-se na posição oposta, permanecendo como o único estado sem registo de vítimas mortais e também o estado com menos infetados (26 casos confirmados). As restantes 26 das 27 unidades possuem óbitos associados à infeção pelo novo coronavírus.

Governador do Rio de Janeiro infetado

Também nesta terça-feira, o governador do estado brasileiro do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, anunciou que testou positivo para o novo coronavírus, após apresentar sintomas como “febre” e “dor de garganta” desde sexta-feira.

“Quero comunicar a todos que desde sexta-feira não me estava a sentir bem e pedi para que fosse feito o testo da covid-19 e hoje veio o resultado positivo. Tive febre, dor de garganta, perda de olfato e, graças a Deus, estou a sentir-me bem e continuarei a trabalhar aqui no Palácio Laranjeira, mantendo as restrições e recomendações médicas”, informou o governador através de um vídeo partilhado na rede social Twitter.

Witzel, ex-juiz e ex-fuzileiro naval, governa aquele que é o segundo estado brasileiro com mais casos registados da covid-19. Wilson Witzel, que tem aplicado medidas rígidas para travar a pandemia no seu estado, tem sido um dos governadores que mais tem feito oposição ao Presidente, Jair Bolsonaro, em relação a medidas de isolamento social.

No último fim de semana, o governador do Rio de Janeiro considerou que Bolsonaro pode ser confrontado com um processo de destituição ou responder em tribunal por relativizar a pandemia da covid-19 e defender o fim do isolamento social.

“O comportamento de um chefe de Estado que não está em conformidade com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde [OMS] pode ter repercussões internacionais”, afirmou Witzel, em entrevista à agência Efe.

Witzel reforçou ainda que o Presidente brasileiro se tem oposto à posição assumida pela esmagadora maioria dos países no combate à pandemia. “Todo o mundo está a defender medidas contra o vírus, com total isolamento da sociedade até que uma vacina seja descoberta ou testes sejam realizados, e ele não está a fazer isso. Ele, como chefe da nação, precisa tomar estas medidas. Caso contrário, a responsabilidade política será sua”.

Bolsonaro já chegou a pedir à população que volte ao trabalho e às ruas porque está preocupado com as consequências económicas da crise causada pela disseminação da pandemia, especialmente o desemprego.

Além disso, o chefe de Estado brasileiro desafiou, várias vezes, as recomendações das autoridades de saúde, realizando passeios esporádicos por Brasília, subestimando a gravidade da crise e chamando a covid-19 de “gripezinha” e “resfriado”.

ZAP // Lusa

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