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Um braço robótico conseguiu ajudar um paciente a sentir o mundo

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Rehab Neural Engineering Labs

Recentemente, um implante neural permitiu que as pessoas escrevessem uma mensagem apenas com o pensamento. Agora, um novo braço robótico controlado por um implante está a criar curiosidade por conseguir enviar feedback tátil para o utilizador a partir de um segundo implante.

Normalmente, quando queremos levantar algum objeto com as mãos, usamos a nossa visão para o localizar e depois disso, os nossos outros sentidos assumem o controlo.

Um sentido pouco conhecido é a cinestesia, que ajuda a nossa consciência a manter-nos informados de onde se localizam as partes do nosso corpo. O nosso tato informa-nos sobre o grau de firmeza com que agarramos um objeto, reduzindo o papel visual dos nossos sentidos a um papel secundário.

Os braços robóticos comuns exigem que seja usada apenas a perceção visual para todo o processo de interação com o mundo, calculando a forma de agarrar o objeto apenas por estimativa.

Nos últimos anos, explica o Interesting Engineering, os cientistas avançaram muito na compreensão das regiões do cérebro que processam informações transferidas pelas células nervosas sensoriais das nossas mãos.

Agora, uma nova pesquisa, liderada por investigadores do Rehab Neural Engineering Labs, da Universidade de Pittsburgh, nos EUA, e publicada no mês de maio na revista Science, deu mais um passo.

O estudo envolveu duas matrizes de elétrodos implantados na secção do cérebro projetada para processar informações provenientes da pele. Quando os elétrodos são ativados, o cérebro experimenta a sensação de algo a ser agarrado pelas mãos.

O estudo envolveu a participação de um paciente paralisado do pescoço para baixo, que tinha trabalhado com um braço robótico durante dois anos, a quem foram colocados implantes cerebrais na região do cérebro que controla os movimentos.

O paciente já era capaz de utilizar o braço robótico, apesar da falta de sensação que muitos de nós consideramos natural. Mas nas experiências mais recentes, a equipa de investigadores foi alterando os testes, nos quais foi adicionado o toque com feedback, ou desligado o sistema complementar.

Os testes geralmente envolviam agarrar objetos de formas variadas, carregá-los para algum lado e depois deixá-los cair.

Testes para verificar a necessidade de braços robóticos

Inúmeros testes mostraram que existe uma correlação: possuir o sentido de toque melhorou drasticamente o desempenho.

Com o sistema de toque desativado, o homem conseguiu realizar as tarefas apenas nove vezes, enquanto que com o sistema ligado, conseguiu realizar as mesmas tarefas mais de uma dúzia de vezes. A maior vantagem foi a capacidade do participante de agarrar o objeto.

O tempo que o demorava entre tocar no objeto com o braço robótico e levantá-lo diminui dois terços com o recurso de feedback ativo. Quando este recurso estava inativo, o participante demorou muito mais tempo a ajustar a posição da mão robótica de forma a conseguir pegar no objetivo de uma forma eficaz.

Embora os resultados sejam extremamente promissores, o estudo em si ainda se encontra numa fase inicial, pelo que são necessários mais testes para determinar como o sistema funciona.

Geralmente não é necessário reservar a nossa atenção para tocar e agarrar coisas enquanto nos movemos pelo mundo. Sem esses sentidos tudo aconteceria de forma muito mais lenta.

Com testes e desenvolvimentos adicionais, este tipo de tecnologia pode eventualmente ser lançada na medicina convencional para pacientes necessitados em todo o mundo.

Tifany Santos //

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