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Boris vai transformar Brexit em “Thatcherismo vitaminado”

Jeremy Corbyn acusa Boris Johnson de querer sequestrar o Brexit para catalisar um “Thatcherismo vitaminado”, numa alusão às políticas liberais da antiga primeira-ministra Margaret Thatcher.

Um Brexit conduzido pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pode tornar-se num “Thatcherismo vitaminado” devido ao risco para os direitos laborais, vai alertar o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, esta terça-feira.

“A ameaça existe porque os conservadores de Boris Johnson querem sequestrar o Brexit para vender o NHS [sistema nacional de saúde britânico] e vender os trabalhadores, retirando-lhes os seus direitos. Se tiverem a oportunidade, eles vão reduzir os nossos direitos no trabalho, os nossos direitos a férias, pausas e licenças”, receia Corbyn.

O aviso vai ser feito num discurso em Harlow, a norte de Londres, sobre a política do principal partido da oposição para o processo de saída do Reino Unido da União Europeia, no âmbito da campanha para as eleições legislativas de 12 de dezembro.

O líder trabalhista alega que o Partido Conservador pretende aproximar o Reino Unido do modelo de legislação laboral norte-americana, reduzindo as férias anuais para 10 dias e falta de assistência médica pública.

“O que os Conservadores de Boris Johnson querem é sequestrar o Brexit para catalisar um ‘Thatcherismo vitaminado’ [Thatcherism on steroids]”, segundo Corbyn, uma referência à antiga primeira-ministra Margaret Thatcher e as políticas de liberalização do mercado laboral.

No discurso, Corbyn vai renovar a promessa de resolver o processo em seis meses, com metade dedicados a negociar com Bruxelas um “acordo sensato” que inclua “uma nova união aduaneira, uma relação próxima com o mercado único e garantias de direitos e proteções”.

Nos três meses seguintes, o Labour pretende organizar um referendo e submeter o mesmo acordo a um “voto confirmativo”, com a opção de permanecer na União Europeia.

O Reino Unido tinha previsto sair da União Europeia a 31 de outubro, mas acabou por aceitar um novo prolongamento até 31 de janeiro.

As eleições legislativas são vistas como uma forma de romper o impasse no parlamento, que chumbou três vezes um acordo negociado por Theresa May e recusou aprovar em três dias o acordo negociado por Boris Johnson, inviabilizando assim a saída no final de outubro.

ZAP // Lusa

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