Um novo estudo indica que as pessoas que comem muitas frutas e vegetais podem ter menos probabilidades de contrair covid-19.
Num pesquisa que envolveu 590 mil adultos, os investigadores descobriram que as pessoas que eram adeptas de um estilo de vida mais saudável – e que incluíam vegetais e frutas nas suas refeições – tinham menos 9% de probabilidades de contrair covid-19 do que os indivíduos que têm dietas menos saudáveis.
Segundo o estudo publicado na revista Gut, também o risco de desenvolver a doença num nível considerado grave diminuiu em 41%.
Ainda assim, os especialistas alertam que incluir uma alimentação saudável no dia a dia não é uma receita mágica para manter a covid-19 longe.
A solução mais aconselhada continua a ser a vacinação. “Seja vacinado”, enfatiza Aaron Glatt, especialista em doenças infeciosas e porta-voz da Infectious Diseases Society of America.
Jordi Merino, principal autor do estudo, corrobora o conselho de Glatt, alertando que embora a dieta tenha um grande peso na saúde das pessoas, no caso da covid-19, não pode substituir o papel da vacinação e da máscara de proteção facial.
Durante a pesquisa, informa o Web MD, os milhares de participantes foram separados em quatro grupos diferentes. A divisão foi feita tendo em conta a ingestão regular de alimentos como vegetais, frutas, grãos inteiros, legumes e óleos vegetais.
Os investigadores perceberam que, em média, um quarto dos participantes com as dietas mais ricas em vegetais eram ligeiramente menos propensos a desenvolver covid-19 do que o grupo que mantinha uma dieta sem frutas e vegetais.
Os resultados mostram ainda que quando as pessoas acabaram por adoecer, quem tinha uma alimentação considerada boa, tinha um risco inferior de contrair a doença num modo grave.
Em termos absolutos, a taxa de covid-19 grave foi de 1,6 por 10.000 pessoas por mês no grupo com as pessoas com dietas mais saudáveis e no grupo com as dietas mais pobres, a taxa era de 2,1 por 10.000.
Merino destaca ainda que estas conclusões podem ser influenciadas por outros fatores, como é o caso da idade, raça, prática de exercício, peso corporal, hábito de fumar e situação sócio-económica.
Os autores reforçam, no entanto, que ter uma alimentação saudável é benéfico em todos os aspetos da vida do ser humano, como tal, não é surpreendente que possa ajudar a manter a covid-19 mais afastada – ou pelo menos não ter tantos sintomas quando se contrai a doença.
“É bastante razoável sugerir que uma dieta saudável será benéfica”, rematou Glatt.