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Bombas da Resistência Galega fabricadas em Portugal

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A Resistência Galega tem activos 15 membros operacionais em vários pontos da Galiza e os seus dois líderes instalados em Portugal, onde terão fabricado muitos dos engenhos explosivos usados nas últimas acções do grupo, noticiou hoje a imprensa espanhola.

Fontes da luta antiterrorista espanhola, citadas pela imprensa, referem que os operacionais vivem normalmente como cidadãos ‘legais’.

Os dois principais líderes da Resistência Galega, Antón García Matos e María Asunción Losada Camba estarão a viver no norte de Portugal, segundo as mesmas fontes.

As autoridades espanholas reactivaram os mandados de detenção europeus emitidos contra ambos, que estarão há vários anos em Portugal depois de viverem uma temporada no Brasil.

A polícia espanhola considera “haver indícios” de que os líderes da Resistência Galega “se movem entre a fronteira com Portugal, Ourense e Vigo“, com pelo menos uma dúzia de activistas dispostos a participar na realização de atentados.

Em Novembro de 2013, os serviços de informação da Polícia Nacional espanhola detectaram a compra em Portugal de pelo menos seis armas pelos principais líderes da Resistência Galega, segundo notícias da imprensa regional galega.

A compra teria sido feita no mercado negro por García Matos e Losada Camba, no âmbito de uma nova estratégia da organização, considerada terrorista pelo Supremo Tribunal de Espanha desde 2010.

Fontes policiais referiram um “salto qualitativo no perigo dos explosivos usados” nos últimos atentados do grupo, incluindo o mais recente, em 7 de Outubro, em Beade.

Tanto esses explosivos como os detectados durante a detenção do dirigente da Resistência galega Adrián Mosquera em Bertamiráns, no início do ano passado, “eram muito mais potentes que os artefactos caseiros que eram utilizados até aqui”, indicaram as fontes citadas pela imprensa espanhola.

Sobre os elementos operacionais, as autoridades espanholas consideram que têm capacidade para actuar e contam com algum tipo de infra-estrutura estável, que passa por Portugal, e pelo apoio de cerca de meio milhar de outras pessoas através de várias plataformas e organizações.

Entre 2005 e 2013 as autoridades espanholas detiveram 18 membros da Resistência Galega, mas destacam a capacidade de regeneração da estrutura que conta com suficiente apoio social em algumas zonas.

Referem em especial o apoio do autodenominado “Movimento de Libertação Nacional Galego” (MNLG) e da Assembleia da Mocidade Independentista (AMI), criada pelo próprio García Matos.

A Resistência Galega é um movimento armado, que luta pela independência da Galiza, e que foi criado em 2005, ano da sua primeira acção, quando colocou um engenho explosivo na casa de Francisco Vázquez Pereira, ex-dirigente da AMI acusado de ser ‘bufo’ (delator) da polícia.

Desde aí realizou 34 acções incendiárias ou com engenhos explosivos.

Especialistas destacam que o grupo não procura causar vítimas mortais mas sim provocar estragos materiais com fins propagandísticos.

/Lusa

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