FMI aperta o cinto: líderes financeiros mundiais enfrentam crise da dívida nas reuniões do fundo monetário. Alguns ministros das finanças poderão receber novos avisos mesmo antes do final da semana, de acordo com a Bloomberg.
Os líderes financeiros mundiais reúnem-se em Washington, D.C. esta semana para as reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI), e a mensagem é clara: os governos têm de enfrentar os seus crescentes encargos com a dívida.
O aviso surge numa altura em que se prevê que a dívida pública mundial atinja os 100 biliões de dólares em 2024, em grande parte devido a gigantes económicos como os Estados Unidos e a China.
Os ministros das finanças e os banqueiros centrais foram instados pelo FMI a endurecerem as políticas fiscais e a prepararem-se para futuros choques económicos, apesar da recente melhoria da inflação mundial, avança a Bloomberg.
O relatório do Monitor Fiscal do FMI, que será publicado na quarta-feira, salientará a necessidade urgente de os governos estabilizarem os níveis de dívida e reconstituírem as suas reservas financeiras. A Diretora-Geral do FMI, Kristalina Georgieva, sublinhou, num discurso proferido na passada quinta-feira, que o baixo crescimento económico combinado com o aumento da dívida constitui uma situação precária para a economia mundial.
“Os governos têm de trabalhar para reduzir a dívida e reconstruir os amortecedores para o próximo choque — que certamente virá, e talvez mais cedo do que esperamos“, alertou Georgieva.
Problema é global
A preocupação do FMI com o aumento dos níveis de dívida pública não se limita às maiores economias. Países de todo o mundo estão a sentir a pressão, e espera-se que vários ministros das finanças sejam lembrados dos riscos durante as próximas reuniões.
A chanceler do Reino Unido, Rachel Reeves, já foi alertada pelo FMI para a possibilidade de uma reação negativa do mercado se o Reino Unido não estabilizar a sua dívida ainda antes do anúncio do seu orçamento, a 30 de outubro.
Por outro lado, espera-se que a Moody’s Ratings publique um relatório sobre a França, que tem estado sob escrutínio dos investidores devido aos seus elevados níveis de dívida. Uma descida da notação de crédito da França poderia levar a custos de empréstimos mais elevados. Com o FMI a dar o alarme, é evidente que o aumento dos níveis de endividamento nas principais economias, como os EUA, a China e os países europeus, tem implicações globais significativas.
No seu relatório preliminar, o FMI afirma que “os níveis elevados de dívida e a incerteza em torno da política orçamental em países sistemicamente importantes, como a China e os Estados Unidos, podem gerar repercussões significativas sob a forma de custos de empréstimos mais elevados e riscos relacionados com a dívida noutras economias”, o que sugere que a má gestão orçamental em países-chave pode ter consequências de longo alcance, afetando as economias de todo o mundo.
Cortes e aumentos de taxas
À medida que as perspetivas fiscais globais escurecem, os bancos centrais preparam-se para uma série de decisões sobre as taxas de juro.
Na América do Norte, espera-se que o Banco do Canadá corte a sua taxa de juro em 50 pontos base, depois de a inflação ter arrefecido para 1,6% em setembro.
Os fracos dados do mercado de trabalho também estão a contribuir para a expetativa de uma redução da taxa, marcando uma mudança na política monetária canadiana.
Por outro lado, o mercado imobiliário dos EUA, apoiado pela descida das taxas hipotecárias, parece estar a estabilizar após um período prolongado de fraqueza.
Entretanto, o banco central da Rússia prepara-se para aumentar novamente as taxas de juro, após uma subida de 100 pontos base em setembro. É provável que a continuação das pressões inflacionistas leve o Banco russo a aumentar as taxas para 20%, um nível observado pela última vez no rescaldo imediato da invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.
E no resto da Europa?
Na Europa, espera-se que vários relatórios económicos importantes chamem a atenção durante as reuniões do FMI.
Estes incluem os dados de confiança dos consumidores da zona euro, os índices de gestão de compras (PMI) e o indicador de confiança das empresas alemãs do Instituto Ifo, segundo a agência sueca. Todos estes darão uma ideia da saúde económica da região, uma vez que o Banco Central Europeu (BCE) continua a lidar com uma inflação elevada e um crescimento lento.
O inquérito do BCE sobre as expectativas de inflação, previsto para o final da semana, será acompanhado de perto pela presidente do banco Christine Lagarde, uma vez que os decisores políticos ponderam os seus próximos passos na gestão da frágil recuperação da zona euro.
Em todo o continente, outros países estão também a debater-se com desafios fiscais. Espera-se que a S&P Global Ratings publique avaliações da Bélgica e da Finlândia, duas nações que enfrentam preocupações crescentes com a dívida. Além disso, é provável que o banco central da Hungria mantenha as taxas de juro estáveis.
Sinais mistos na Ásia e América Latina
Na Ásia, espera-se que o banco central da China reduza as suas taxas principais de empréstimo, numa tentativa de estimular a atividade económica.
A medida vem depois que os lucros industriais do país caíram acentuadamente em agosto. Espera-se que o Banco Popular da China reduza as suas taxas de juro a 1 e 5 anos para incentivar o crédito e o investimento.
No resto da Ásia, os principais dados económicos do Japão, Coreia do Sul e Singapura irão lançar luz sobre o desempenho da região. A Coreia do Sul deverá apresentar um crescimento económico mais lento, enquanto o Japão divulgará dados sobre a inflação que poderão influenciar as futuras decisões de política monetária.
Na América Latina, o Brasil e o México divulgarão dados sobre a inflação a meio do mês, esperando-se que ambos os países registem um aumento dos preços. Isto poderá levar o banco central do Brasil a reconsiderar a sua orientação de política monetária, enquanto o banco central do México poderá interromper o seu atual ciclo de redução de taxas em resposta às pressões inflacionistas.
O sistema financeiro atual de bancos centrais com emissão de moeda de reserva fracionária, o qual tem sempre dívida emitida para novo dinheiro, faz com que nunca seja possível pagar as dívidas no seu todo. Será possível que nunca esclarecem isso?
“dívida pública mundial atinja os 100 biliões de dólares em 2024, em grande parte devido a gigantes económicos como os Estados Unidos e a China.”
Estes temas já enjoam, querem lavar a cabeça dos povos, aqueles que trabalham para eles rebentarem os euros em misseis “topo de Gama”, nas suas fabulosas guerras dos tronos :/
Já não queremos mais disto, queremos que nos deixem em paz, em vez de alarmarem para justificarem o injustificável..
Existe um ditado. – a culpa não é de quem come a torta. – a culpa é de quem dá para eles?. – Quem é culpado para de eles? – claro só povo de (UE) é (BURROS).
As palavras de Ida Auken (não terás nada, e serás feliz), do FEM, eram o sinal “antecipado” do que aí vem. Obra da FED, instituição pensada em 1910 por um punhado de banqueiros, donde sobressaía Paul Warburg e fundada em vésperas de Natal de 1913. A dívida, sempre a dívida que nos mantem estrangulados.
Bilhões e não bilioes… Que nível de tradução …
Caro leitor,
O ZAP é um site português, que escreve em português de Portugal.
Em pt_PT, “bilhões” são bilhas muito grandes, e a tradução correta de “100 trillion” é 100 biliões.