Bolsonaro mais popular em tempos de covid-19 do que antes da pandemia

Apesar do tratamento no combate à pandemia de covid-19, o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, é agora mais popular do que nunca no país.

Bolsonaro, que testou positivo a 07 de julho, considerava o vírus uma “gripezinha”. No sábado, o país chegou às 150 mil mortes por covid-19, tendo ultrapassado os cinco milhões de casos, avançou o Business Insider.

Contudo, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística mostrou que 40% dos brasileiros entrevistados em setembro ​​em 127 municípios classificaram Bolsonaro como “bom / excelente”. Em comparação, em dezembro de 2019 essa percentagem estava em 29%, altura em que o Brasil não tinha um único caso de covid-19.

A sua popularidade, informou o instituto, pode ser atribuído em grande parte a um projeto lançado em abril, que previa um pagamento mensal de ajuda de emergência entre 108 e 217 dólares (entre cerca de 91 e e 183 euros) para mães solteiras. Aproximadamente, 67 milhões de brasileiros recebem esse apoio.

Os pagamentos fazem parte de uma injeção de 58 mil milhões de dólares (à volta de 49 mil milhões de euros) na economia brasileira, informou a Reuters.

De acordo com o Business Insider, Bolsonaro tem sido criticado com regularidade na media nacional e internacional devido às declarações sobre o vírus e por tentar encobrir a verdadeira extensão do surto no país.

A 26 de março, sugeriu que os brasileiros eram por natureza imunes a algumas doenças e, portanto, o coronavírus não era uma preocupação. Na mesma semana, o Facebook e o Twitter removeram vídeos de Bolsonaro a aconselhar hidroxicloroquina, usada para tratar a malária, como tratamento para a covid-19.

Em abril, quando questionado sobre um novo recorde de mortes diárias que havia sido estabelecido, Bolsonaro disse: “E daí?”. Em junho, o Ministério da Saúde excluiu meses de dados da sua página oficial sobre a covid-19, tendo o Presidente sido acusado de censura.

No mês seguinte, jornalistas brasileiros processaram Bolsonaro após este remover a máscara perto do grupo enquanto ainda estava infetado com o coronavírus.

No mês passado, o apoio de emergência foi reduzido a metade e devem ser extinto em dezembro. Entretanto, Bolsonaro prometeu criar a “Renda do Cidadão”, em 2021, incluindo ajuda de emergência, referiu o Guardian.