A fabricante aeronáutica Boeing anunciou esta quinta-feira ter reiniciado a produção do 737 Max, um modelo de avião comercial que está impedido de voar desde março de 2019, após dois acidentes que mataram 346 pessoas.
“O programa 737 reiniciou a montagem de aeronaves a um ritmo lento, implementando mais de uma dúzia de iniciativas que visam melhorar a segurança no local de trabalho e a qualidade do produto”, adiantou a multinacional norte-americana, sem revelar a data em que a aeronave vai retomar os voos comerciais.
Depois do acidente com um avião 737 Max que causou a morte a 189 pessoas, no mar de Java, junto à Indonésia, em 29 de outubro de 2018, e de outro que matou 157, na Etiópia, em 10 de março de 2019, a empresa suspendeu a produção do modelo em janeiro de 2020, até para aliviar tensões com as autoridades de aviação civil e com as companhias aéreas clientes.
O 737 Max era o modelo mais popular da Boeing, que em 2019, pela primeira vez em oito anos, foi ultrapassada pela Airbus como o maior fabricante mundial de aviões.
A empresa admitiu que uma falha de software do MCAS teve um papel nos dois acidentes, tendo a investigação oficial já concluído que, no primeiro caso, foi mesmo a causa principal.
Para além disso, vieram a público centenas de mensagens internas entre funcionários, desvalorizando as regras de segurança e considerando que o avião tinha sido “desenhado por palhaços”.
O 737 Max está proibido de voar em todo o mundo desde março de 2019
Boeing quer eliminar 12 mil empregos
Depois de anunciar o regresso ao fabrico do polémico avião 737 Max, a Boeing anunciou também que pretende eliminar mais de 12 mil empregos.
De acordo com a agência Reuters, que avança a notícia, entre aquele número, estão incluídos 6.770 lay offs involuntários.
Em abril, a empresa já tinha dito que pretendia eliminar pelo menos 10% da sua força laboral – 160 mil empregados.
A Boeing retomou a produção de outros modelos comerciais em abril, depois de ter eliminado mais de 300 unidades da lista de encomendas em março, devido à quebra na procura de voos comerciais, causada pela pandemia de covid-19.
Depois de, em 2019, ter apresentado o primeiro exercício financeiro com prejuízo em duas décadas, a empresa sediada em Chicago, no estado de Illinois, pediu ao governo federal dos Estados Unidos uma assistência financeira de 60 mil milhões de dólares para si e para os seus fornecedores.
O “Grande Confinamento” já levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.
ZAP // Lusa