Bob Dylan ficou “doente” com imagens da morte de George Floyd

Pete Souza / White House

Bob Dylan, Nobel da Literatura 2016

O músico disse, esta sexta-feira, que ficou “doente” quando viu o vídeo da morte de George Floyd, cidadão afro-americano que foi asfixiado por um polícia durante quase nove minutos.

“Fiquei doente ao vê-lo ser torturado assim”, realçou Bob Dylan na entrevista publicada pelo jornal New York Times, a primeira desde que ganhou o Prémio Nobel da Literatura, em 2016.

“Isto vai para além do horror. Espero que em breve seja feita justiça para a família de George Floyd e para o país”, cita a agência EFE.

Aos 79 anos, a lenda do folk, conhecido por músicas como ‘Hurricane’ (1976), onde denuncia a violência policial contra a minoria negra, prepara-se para lançar, na próxima sexta-feira, o seu primeiro álbum de músicas originais em oito anos, chamado ‘Rough and Rowdy Days’.

No final de março, quando a pandemia começou a atingir os Estados Unidos, Dylan lançou a sua primeira música em oito anos, ‘Murder Most Foul’, uma balada de 17 minutos dedicada ao assassinato do Presidente americano John F. Kennedy.

Na entrevista, que foi realizada por telefone desde sua casa em Malibu, na Califórnia, o músico mostrou-se pessimista sobre o futuro do mundo e as consequências da pandemia de covid-19.

Uma arrogância extrema pode levar a efeitos desastrosos. Talvez estejamos à beira da aniquilação”, destacou o artista, deixando de lado qualquer noção de aviso “bíblico”.

O músico disse ainda que não está a pensar na sua própria morte. “Estou a pensar na morte da raça humana”, explicou, acrescentando: “O longo e estranho périplo do macaco nu (…) Qualquer ser humano, por mais forte e poderoso que seja, é frágil diante da morte. Penso em termos gerais, não pessoais”.

Antes da pandemia, Bob Dylan apresentava-se regularmente em palco e tinha planeado uma série de concertos, em abril, no Japão e Estados Unidos, que foram todos cancelados.

// Lusa

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