Bloquistas querem travar planos A e B de Costa (e pôr fim à “Lei Cristas”)

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Manuel Fernando Araújo / Lusa

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins

Além de criticar a governação PSD/CDS e o PS por se ter aliado à direita, o programa do Bloco de Esquerda para as eleições de 30 de janeiro mantém as prioridades de sempre.

Sob o mote da pandemia que dura há praticamente dois anos, “uma situação que agravou a pobreza” em Portugal, e “apesar da existência de uma Estratégia Nacional que foi reativada depois de ter sido congelada pelo PSD e pelo CDS, há um enorme trabalho a fazer”.

No programa com que se apresenta às legislativas, o Bloco de Esquerda refere que, “agravada pela política liberalizadora de PSD e CDS, assistimos nos últimos anos a uma aguda crise no sector” da habitação, sugerindo, por isso, a necessidade de “eliminar a Lei Cristas” e criar “uma nova lei de arrendamento”.

A venda da ANA – Aeroportos de Portugal e dos CTT a privados também mereceu críticas por parte do partido, que propõe “a nacionalização das ações representativas do capital social dos CTT e a realização de uma auditoria independente que quantifique todas as ações lesivas do serviço e do erário público tomadas pela gestão privada”.

De acordo com o Expresso, que cita o programa eleitoral, o BE insiste em criticar fortemente a governação de direita, mas não esquece o PS, que “falhou ao SNS“.

“O Governo do PS tem-se recusado a fazer o investimento que se impõe”. No ano passado, “deixou 7000 milhões de euros por executar, valor que podia e devia ter sido canalizado para, entre outras coisas, reforçar o SNS”.

Acresce ainda “a redução da taxa de IVA sobre a eletricidade introduzida no final de 2020 pelo Governo do PS” que “ficou longe de reverter integralmente o aumento introduzido sob o memorando da troika”.

No âmbito da habitação, a aprovação da Lei de Bases “foi um passo importante, que resultou da negociação entre a esquerda e o PS, mas, passados dois anos, ainda “pouco saiu do papel por manifesta falta de vontade política”.

Entre os erros, contabilizam-se ainda “o erro da privatização do Novo Banco” e “o erro do aeroporto do Montijo”, por exemplo.

Seis objetivos

Depois de um balanço, o Bloco de Esquerda defendei seis grandes objetivos no seu programa eleitoral, entre eles “aprender com a crise pandémica e responder pelo país”, incluindo salvar o SNS e a criação do Serviço Nacional de Cuidados.

A proposta prevê uma “tutela articulada da área da segurança social, da saúde e da educação”, incluindo “estruturas residenciais, como lares e residências partilhadas ou apoiadas, cuidados continuados, apoio domiciliário e creches”.

No documento está também inscrito “um programa de investimentos para responder à crise climática” – nomeadamente transportes públicos para toda a gente – e uma “economia pela igualdade“, cujo objetivo é responder à emergência na habitação, garantir a sustentabilidade das contas públicas e a democracia contra a corrupção e o crime económico.

“A capacidade estratégica dos serviços públicos“, com a escola pública como pilar de igualdade, um serviço nacional de justiça e serviços públicos junto das comunidades emigrantes, é outra das prioridades do partido, a par de uma “sociedade justa, progressista e inclusiva”, incluindo um país feminista, o combate aos preconceitos e à discriminação.

Garantir lá fora o que queremos cá dentro“, isto é, “uma política europeia para defender o país, uma política externa para defender a democracia e os direitos humanos”, é o último dos seis enfoques do BE.

Plano A e B de António Costa

Os bloquistas entendem que a maioria absoluta é “o plano A do PS”, sendo que o plano B parece ser “um bloco central, formal ou informal”.

Para “se manter no poder e continuar a bloquear as respostas necessárias à drenagem do SNS pelos privados ou à estagnação salarial”, o primeiro-ministro estará disposto a conversar com o atual líder da oposição e, desse modo, facilitar entendimentos ao centro, destaca o Bloco, que rejeita essa aproximação.

Por esse motivo, o partido garante que “a esquerda tem programa“, um documento no qual enumera “razões fortes pela transformação do país”, assentes no slogan “nem maioria absoluta, nem bloco central”.

ZAP //

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3 Comments

  1. Como é possível esta gente do bloco só querer mais e mais e mais…. onde é que eles vão buscar o dinheiro? Não sabem eles que o dinheiro vem dos impostos pagos pelos Portugueses e pelas empresas?
    E depois inviabilizam as explorações mineiras…. que poderia ser uma boa forma de Portugal fazer dinheiro através das exportações…. mas que sabe esta gente se não de representação!
    Esta gente estava bem é na cadeia por incompetência!

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