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Tony Blair defendeu segundo referendo e Theresa May acusou-o de sabotagem

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David Levenson / Pool

A primeira-ministra britânica Theresa May acusou um dos seus antecessores de ter insultado o cargo que chegou a exercer por defender uma nova consulta sobre o Brexit.

Theresa May, primeira-ministra britânica, enfatizou este domingo a sua recusa em convocar um segundo referendo sobre o Brexit e criticou o antigo governante Tony Blair por defender essa opção.

“Tentar enfraquecer as nossas negociações com Bruxelas defendendo um segundo referendo, é um insulto ao cargo que ocupou e às pessoas que serviu”, disse Theresa May, num comunicado em resposta ao antigo primeiro-ministro britânico que esta semana defendeu a necessidade de se realizar um segundo referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia.

Na semana passada, Tony Blair, que foi primeiro-ministro entre 1997 e 2007, sugeriu que os deputados britânicos poderiam avançar para um novo referendo “caso nenhuma das outras opções resulte”.

Estas declarações de Blair surgem num momento sensível do processo de saída britânica da União Europeia: a Câmara dos Representantes prepara-se para votar no plano de saída negociado entre May e os negociadores europeus, uma votação que foi adiada pela primeira-ministra que reconheceu que iria enfrentar um chumbo certo.

Poucos dias depois, Theresa May sobreviveu a uma moção de desconfiança lançada pelo seu próprio partido.

Segundo a Lusa, May garantiu estar confiante de que vai conseguir “garantias adicionais” junto da União Europeia (UE), notando que não se vai “esquivar” da responsabilidade de cumprir o estipulado pelo primeiro referendo, no qual 51,9% da população votou favoravelmente à saída da UE.

“Muitas pessoas querem subverter este processo em prol dos seus próprios interesses políticos, em vez de defenderem o interesse nacional”, acrescentou. Theresa May vincou ainda que o parlamento tem “o dever democrático de cumprir com a decisão de voto dos britânicos”.

Em 14 de dezembro, o Conselho Europeu adotou um conjunto de conclusões que não altera em nada a posição dos 27 sobre o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia, com os líderes europeus a reiterarem a indisponibilidade para renegociar.

“O Conselho Europeu reconfirmou as conclusões de 25 de novembro, dia no qual endossou o acordo de saída e aprovou a declaração política. A União mantém o seu apoio a este acordo e pretende proceder à sua ratificação. Este não está aberto a uma renegociação”, lê-se no primeiro ponto das conclusões da reunião a 27, dedicada ao Artigo 50.º.

ZAP //

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