Bill Gates alerta: “Podem surgir epidemias piores do que esta”

Bill Gates lança um novo alerta ao dizer que, no futuro, pode surgir uma epidemia pior do que a do novo coronavírus. No entanto, acredita que, nessa altura, o mundo estará mais preparado.

Numa conferência do TED, em 2015, em Vancouver, Canadá, durante a epidemia do Ébola, Bill Gates falou sobre para a próxima doença mortal, numa palestra intitulada “O Próximo Surto? Não estamos prontos”. “Se algo matar mais de 10 milhões de pessoas nas próximas décadas, é mais provável que seja um vírus altamente infecioso do que uma guerra”, afirmou.

Gates reconhece que este “infelizmente, não é daqueles casos em que se possa dizer ‘hey, eu avisei-vos'”. O norte-americano lamenta que o mundo não se tenha preparado para uma situação destas apesar de avisos como o seu.

Há cinco anos, o fundador da Microsoft sabia que poderia estar iminente uma ameaça como esta, mas “não sabia que seria um coronavírus e não sabia que surgiria no final de 2019″.

Agora, faz um novo aviso: “No futuro pode surgir uma epidemia pior do que esta”. Em entrevista por videoconferência a Trevor Noah, apresentador do Daily Show, Bill Gates realça que, apesar de tudo, o mundo já estará mais prevenido e preparado para uma nova epidemia.

“O que quis foi instar os governos a fazerem os investimentos necessários para que fosse possível reagir e limitar a propagação e o número de casos a níveis muito baixos”, disse Gates, citado pelo Observador.

Bill Gates, que é um dos homens mais ricos do mundo, defende que o mundo devia ter investido numa infraestrutura de testes mais ágil e ter uma “fábrica” pronta para criar uma vacina o mais rapidamente possível.

“Tínhamos tido sorte em outros surtos como o zika e o ébola. Mas, em contraste com esses, este vírus que pode ser propagado muito rapidamente por pessoas sem sintomas a dezenas de outras pessoas”, salientou.

Michael Buholzer / World Economic Forum

Para Bill Gates, a solução passa por alterar comportamentos e cumprir o distanciamento social. “A outra ferramenta é a capacidade de testes, que tem de ser aumentada para garantir que se consegue isolar as pessoas que são portadoras, para que se limite a propagação”, explicou o dona da Microsoft.

Agora, a alternativa é a pesquisa científica em busca de terapias que mitiguem a doença, mas “a única coisa que nos vai fazer voltar ao normal […] é a criação de uma vacina“. E reiterou: “Vamos continuar a sentir que vivemos num mundo diferente até que surja uma vacina que possa ser distribuída pelo mundo”.