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Benfica vs Portimonense | Águia sofre e acaba a golear

Mário Cruz / Lusa

O Benfica sofreu a bem sofrer para somar três importantes pontos na recepção ao Portimonense, apesar do resultado sugerir precisamente o inverso.

A formação da Luz teve pela frente um adversário personalizado, muito organizado, que soube anular o meio-campo e ataque dos homens da casa e chegou a colocar-se em vantagem no arranque do segundo tempo.

Porém, cerca de 15 minutos de grande nível do Benfica deram por completo a volta ao jogo, com a goleada de 5-1 a consumar-se perto do fim. Seis golos, seis ocasiões flagrantes, expected goals (xG) de 3.2 para o Benfica e 2.1 para o Portimonense, numa partida emocionante e que colocam a “águia” a quatro pontos do título.

O Jogo explicado em Números

Aos nove minutos, Haris Seferovic, isolado por João Félix, tentou o chapéu a Ricardo Ferreira, mas este percebeu a intenção do suíço e negou-lhe o golo. Respondeu Dener, aos 11, com uma excelente oportunidade na grande área benfiquista, mas a rematar por cima quando tinha tudo para marcar.

  • O jogo no Estádio da Luz começou assim. O Portimonense, com três centrais, colocava muita gente no meio-campo, complicando a tarefa das “águias” na construção ofensiva. Assim, no primeiro quarto-de-hora o jogo mostrou-se algo repartido, com algum ascendente dos algarvios, com 52% de posse de bola e dois remates, contra um do Benfica (ambas as equipas registavam um disparo enquadrado).
  • Aos 22 minutos, Dener voltou a perder um golo em novo remate na grande área, sem oposição, numa fase em que os “encarnados” tentavam agarrar no jogo, mas sentiam muitas dificuldades para travar as transições contrárias, em especial as protagonizadas por Paulinho e Bruno Tabata.
  • À passagem da meia-hora o jogo apresentava-se algo partido, com ataques de um lado e do outro, com os algarvios a mostrarem-se mais perigosos e a surgir algumas vezes em igualdade ou mesmo superioridade numérica no ataque. Nesta fase, os “encarnados” já tinham mais bola (52%), mas menos um disparo (3-4), embora mais enquadrados (2-1). As duas equipas apresentavam uma eficácia de passe semelhante (82% e 83%).
  • Paulinho era, nesta fase, o melhor em campo, com um rating de 6.1, e já com duas ocasiões flagrantes criadas (ambas desperdiçadas por Dener) em três passes para finalização. O melhor do Benfica era Rafa Silva, com dois dribles eficazes em quatro, mas dez perdas de bola.
  • Nos derradeiros minutos do primeiro tempo o Benfica já mandava no jogo, mas não o controlava, pois o Portimonense continuava a contra-atacar com perigo e Tabata quase marcou aos 41 minutos, valendo ao Benfica a intervenção de Vlachodimos com o pé direito.
  • Nulo na primeira parte, a premiar um excelente jogo dos homens de Portimão no Estádio da Luz.
  • Três centrais e muita gente no meio-campo, a obliterar completamente os espaços entre as suas linhas, permitiram aos visitantes limitar a manobra ofensiva do Benfica e lançar rápidos e perigosos contra-ataques, desperdiçando mesmo quatro ocasiões flagrantes de golo.
  • Ainda assim, as estatísticas globais ao intervalo mostravam uma formação benfiquista mais afoita e com metade dos seus remates enquadrados, contudo sem aproveitamento.
  • Pizzi acabou por chegar ao descanso como o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 6.8, fruto de dois remates enquadrados em duas tentativas, três passes para finalização, somente duas entregas erradas e dois dribles completos nas duas únicas tentativas.
  • O arranque da segunda parte foi de loucos. Aos 53 minutos, o Portimonense deu corpo à qualidade do jogo algarvio. Bruno Tabata isolou-se, a passe de Henrique, ultrapassou Vlachodimos e fez o 1-0. Ao oitavo remate, terceiro enquadrado, os algarvios colocavam-se na frente do marcador (segundo disparo no segundo tempo, primeiro com boa direcção).
  • A hora de jogo chegou com muitos nervos na Luz, perante a desvantagem da “águia”, apesar de registar 59% de posse de bola e mais um remate que os algarvios. O Portimonense continuava a contra-atacar com grande perigo, mas quem marcou foi o anfitrião. Rafa Silva foi mais lesto que Lucas Possignolo, roubou-lhe a bola e , isolado, picou o esférico sobre Ricardo, para o empate – ao 12º remate benfiquista, sexto enquadrado.
  • Logo a seguir, aos 63 minutos, quase o segundo, num lance confuso que terminou com a bola na barra, por parte de Seferovic. Nesta fase pós-empate, o Benfica sentiu o apoio do público, pressionou intensamente e chegou ao segundo golo, de novo por Rafa Silva, num remate dentro da área, em zona frontal, após mais um lance de insistência das “águias”. Reviravolta no resultado.
  • Aos 70 minutos, e após o empate benfiquista, o Portimonense praticamente desapareceu do jogo, sufocado pelo futebol ofensivo dos “encarnados”, que chegaram a esta fase com 62% de posse de bola no segundo tempo e um total de nove remates enquadrados em 16 disparos (8-5 na segunda parte).
  • O Portimonense sacudiu aos poucos a pressão e, aos 78 minutos, Jardel evitou males maiores, ao cortar um passe de Paulinho que isolaria Ruster, numa jogada de superioridade numérica dos algarvios. O jogo estava longe de controlado na totalidade pelos homens da casa.
  • Contudo, o Benfica marcaria mais. Seferovic deu um pontapé na sua crise pessoal de confiança ao parar com o peito um passe de Pizzi, antes de colocar a bola junto ao poste esquerdo da equipa de Ricardo. Um golo ao 17º remate da equipa “encarnada”, décimo com boa direcção.
  • Aos 88 minutos, André Almeida serviu o atacante para o 4-1, numa conclusão fácil, e nos descontos, Jonas fez o 5-1, de cabeça, após a 12ª assistência de  Almeida na Liga.

O Homem do Jogo

Excelente jogo na Luz e grande exibição de um dos suspeitos do costume. Pizzi não marcou, mas esse facto torna ainda mais relevante o GoalPoint Rating de 8.6, que faz dele o MVP da partida.

O médio terminou o encontro com dois remates enquadrados em duas tentativas, uma assistência em seis passes para finalização, 87% de eficácia de passe, dois dribles eficazes em outras tantas tentativas e oito recuperações de posse. Uma prestação que nível elevado, transversal às duas partes do encontro – Pizzi já era o melhor ao intervalo.

Jogadores em foco 🔺🔻 

  • Rafa Silva 8.1 – O homem decisivo na reviravolta benfiquista. O extremo roubou a bola a Possignolo para o empate e, logo a seguir, confirmou a reviravolta com outro tento. Ao todo, o internacional português fez quatro remates, três enquadrados, realizou dois passes para finalização e completou quatro de sete tentativas de drible.
  • André Almeida 7.1 – Mais uma resposta forte do lateral aos críticos. O defesa fez duas assistências em três passes para finalização, oito cruzamentos (dois eficazes), somou quatro desarmes, nove recuperações de posse e ganhou os quatro duelos aéreos em que participou.
  • Álex Grimaldo 6.8 – Mais uma vez o espanhol teve um grande peso no futebol ofensivo dos “encarnados”. Ao todo, o lateral fez uma assistência e criou duas ocasiões flagrantes de golo em três passes para finalização.
  • Bruno Tabata 6.7 – Belo jogo do extremo brasileiro, o melhor dos homens de Portimão. Para além do golo, Tabata fez quatro remates (três enquadrados) e teve sucesso em quatro de seis tentativas de drible. Uma “dor de cabeça” constante.
  • Ricardo Ferreira 6.6 – O guarda-redes teve muito trabalho, pois o Benfica enquadrou 12 remates. No final registou sete defesas, quatro a disparos na sua grande área, quatro seguras e uma a disparo a um dos ângulos da sua baliza.

Resumo

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