Benfica precisou de “depenar”, para no final cantar de galo

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Manuel Fernando Araújo / Lusa

Rafa e João Mário festejam o segundo golo do Benfica

No final de contas, quem cantou de galo em Barcelos foram as águias. O jogo entre Gil Vicente e Benfica teve diversos capítulos e acabou de forma emotiva, com a vitória dos encarnados.

O Benfica controlou as incidências, chegou a ter dois golos de vantagem, mas na reta final o Gil Vicente reduziu, baralhou o desfecho e ainda ameaçou o empate.

Quando as águias voltaram a ter uma almofada de dois golos os gilistas carimbaram o 2-3 final, nos derradeiros instantes.

Touré e Dominguez marcaram os tentos  do Gil Vicente, Di María, Rafa e Musa fizeram os golos do Benfica.

Fase final de loucos em Barcelos

Com Vlachodimos novamente fora dos convocados, Roger Schmidt voltou a apostar em Samuel Soares na baliza, Aursnes na vaga de lateral-esquerdo, João Mário na ala e Arthur Cabral como referência do ataque.

Florentino fez companhia a Kökçü, deixando, desta feita, João Neves no banco, ele que tinha sido titular nos três primeiros jogos oficiais da época.

Nos gilistas, Vítor Campelos manteve o mesmo “onze” com que goleou o Portimonense na ronda inaugural e perdeu na visita a Guimarães.

A partir do minuto dez as águias começaram a gerir o ritmo do jogo, canalizando a maioria dos lances sobre o corredor esquerdo – onde caíam Aursnes, João Mário, Rafa e Di María.

O golo inaugural nasceu num lance em que Marlon cometeu falta sobre João Mário, grande penalidade assinalada que Di María converteu com êxito, apontando o segundo golo na prova.

Instantes depois, Andrew brilhou e “barrou” aquele que teria sido a estreia de Arthur Cabral a marcar pelos “encarnados”.

Na reta final, os campeões nacionais geriram a curta vantagem e foi no período de descontos que Rúben Fernandes cabeceou, obrigando Samuel Soares a mostrar-se.

Di María foi, na primeira parte, o elemento em foco com um golo, dois passes para remate, três cruzamentos, cinco passes progressivos, duas faltas sofridas e um GoalPoint Rating de 6.8.

Ao oitavo minuto da segunda metade, Rafa iniciou e finalizou um contra-ataque perfeito.

Parecia que o jogo estava resolvido, Rafa ainda falhou o bis por escassos centímetros, mas na resposta, tudo mudou aos 74 minutos.

O suplente Tidjany Touré encurtou as distâncias e deixou o encontro imprevisível e completamente partido. O perigo rondava as duas balizas, ora ameaçam os visitantes (82’ e 86’), ora era a vez dos forasteiros (78’ e 88’).

Já no período de descontos, uma falha de comunicação da última linha benfiquista ia sendo aproveitada por Depú.

Musa voltou a ser um suplente de luxo e assinou o 1-3, na primeira vez que tocou na bola.

Num último suspiro, o Gil Vicente voltou a reduzir, por intermédio de Maxime Dominguez.

Pouco depois, o encontro terminava: a turma de Barcelos somou o segundo desaire nestas três jornadas da competição; já os “encarnados” conseguiram o segundo triunfo.

Melhor em campo

Três jornadas, três golos. Rafa começou a época 2023/24 num “mood” velocidade furiosa e na noite deste sábado voltou a ser decisivo.

Com total liberdade de movimentos, percorreu toda a frente de ataque, caindo no corredor esquerdo, ora surgindo em zonas de finalização.

Na folha de serviços, finalizou o duelo com quatro remates (dois enquadrados), um golo, 17 passes progressivos recebidos, 12 ações com a bola na área contrária (o máximo no encontro), seis passes progressivos, venceu dez duelos, perdeu sete e sofreu seis faltas.

O MVP teve um ótimo GoalPoint Rating de 7.5.

Destaques do Gil Vicente

Dominguez 6.6

O suíço ganhou mais protagonismo quando foi para a zona central. Deu outra dinâmica ao jogo da equipa. Marcou um bom golo no último remate do jogo, venceu sete duelos, perdeu dez, registou oito recuperações de bola, 11 perdas da posse e cinco acções defensivas.

Touré 6.5

Dinamizou o ataque da equipa. Marcou um golo pleno de oportunismo – o segundo na prova -, contabilizou 18 ações com a bola (três na área contrária) e três conduções progressivas.

Zé Carlos 6.0

Bom jogo do lateral-direito, que se destacou com um remate, três cruzamentos, oito duelos conquistados, cinco perdidos e dez ações defensivas. A rever, as 22 vezes em que perdeu a posse de bola.

Destaques do Benfica

António Silva 7.0

Mais uma exibição consistente do jogo central, ele que foi responsável por 14 ações defensivas (máximo no jogo), entre os quais quatro desarmes e nove alívios.

Di María 6.8

Continua com a pontaria certeira. Abriu a contagem e voltou a estar em foco, participando em diversas jogadas perigosas de equipa, menos influente na etapa final. Fez três remates, um golo, quatro cruzamentos, acertou os seis passes longos que fez, gizou oito passes progressivos, três passes de mudança do flanco, foi eficaz em quatro dos seis dribles tentados, recuperou a posse de bola em oito ocasiões e desperdiçou-a em 16 ocasiões.

Samuel Soares 6.5

De novo titular, foi testado na parte final do encontro, sofrendo dois golos – talvez pudesse ter feito mais no 1-2 -, foi responsável por seis defesas e brilhou em duas que eram ocasiões flagrantes. Com os pés, foi eficaz em 15 dos 17 passes que arriscou.

Otamendi 6.5

Contabilizou sete passes progressivos, 11 recuperações de bola, dez perdas do “esférico” e alcançou as nove ações defensivas.

João Mário 6.2

Muito ativo, não foi por mera consistência que a equipa perdeu o controlo do jogo quando foi substituído aos 63′. Soube organizar os ataques da equipa com critério e inteligência. Sofreu a falta que redundou no 0-1, participou na jogada do 0-2, realizou dois remates, falhou cinco dos 40 passes que fez (eficácia de 88%), chegou aos cinco passes progressivos, 56 acções com a bola (cinco na área contrária), ganhou dez duelos, perdeu seis e sofreu quatro faltas, incluindo a que referimos de Marlon.

Musa 6.0

Três ações com a bola, um remate e um golo. O croata é uma espécie de seguro e quase nunca desperdiça os (poucos) minutos que tem.

Aursnes 5.9

Voltou a ser utilizado como lateral-esquerdo. Solto na etapa inicial, pecando apenas no momento da definição, na segunda parte fez a assistência para o 0-2 de Rafa. Falhou 12 dos 55 passes tentados – quatro de risco – (eficácia de 78%), 22 perdas de bola acumuladas e chegou às 82 ações com a bola. Não comprometeu, mas também não brilhou, ficando mais uma vez a ideia que faz a diferença em terrenos mais adiantados.

João Neves 5.8

Entrou na fase mais difícil para o Benfica e demorou a pegar nas rédeas do encontro. O ponto alto foi a assistência sublime para o 1-3 de Musa. Não falhou nenhum dos 13 passes que fez e registou três recuperações de bola.

Kökçü 5.5

Jogo à semelhança da exibição, de altos e baixos. Realce para os três passes para remate que fez, três conduções progressivas, 55 ações com a bola, 11 perdas de bola e sofreu dois desarmes.

Arthur Cabral 5.5

Saiu aos 63′. Ainda procura adaptar-se à equipa. Teve apenas 12 ações com a bola, sendo que esteve mais em foco aos 22′ atirou e viu Andrew estragar-lhe os planos.

Florentino 5.2

É o pêndulo da equipa, importante na forma como recupera bolas de forma constante – quatro recuperações de bola e cinco ações defensivas -, mas tem pecado no volume de bolas que desperdiça – 12 passes falhados em 43 realizados (eficácia de apenas 72%).

Resumo

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