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Benfica 3-2 Farense | Triunfo com o “credo” na boca

O Benfica sofreu a bom sofrer para levar de vencida o Farense no Estádio da Luz, por 3-2.

Os comandados de Jorge Jesus até marcaram primeiro, mas nunca tiveram o controlo do jogo e raramente souberam lidar com a pressão muito alta dos algarvios, que atacaram muito, remataram e empataram na segunda parte, numa fase do jogo em que as “águias” estiveram virtualmente ausentes.

Porém, aos poucos a equipa começou a recuperar o domínio e acabaram por marcar mais dois golos, ambos por Haris Seferovic. Patrick colocou o resultado na margem mínima já nos descontos.

 

O jogo explicado em números

  • Benfica com duas alterações em relação à última partida, em casa com o Moreirense. E ambas no eixo defensivo, com Jardel a ocupar a vaga do lesionado Vertonghen e Otamendi a estrear-se pelas “águias”, a substituir Rúben Dias, saído para o Manchester City. De resto, o mesmo meio-campo, com Gabriel e Pizzi.
  • Arranque com muito perigo junto à baliza de Odysseas Vlachodimos, num lance confuso, com cabeceamentos e a bola a voar por cima de cabeças de avançados e defesas, até que o guardião benfiquista acabou por resolver a questão. Na resposta, excelente ocasião para os da Luz, com Luca Waldschmidt a cruzar da direita e Darwin Nuñez a obrigar Rafael Defendi a grande intervenção.
  • Primeiro quarto-de-hora muito animado, com lances de parte a parte e primeiro golo precisamente aos 15 minutos. Recuperação de bola de Rafa Silva, este progrediu pela direita e passou atrasado para Pizzi, que rematou para o 1-0, ao quinto remate benfiquista na partida, terceiro enquadrado. Do outro lado, os algarvios somavam também três disparos, todos na direcção da baliza.
  • Domínio era a palavra que definia o jogo do Benfica à meia-hora, com 61% de posse e seis remates, quatro deles enquadrados. Mas o Farense não se deixava intimidar e registava exactamente os mesmos números ofensivos no que toca a disparos, sem receio de atacar e procurar o golo.
  • Nesta fase, Rafa Silva registava o melhor rating, um 6.6 graças à assistência em dois passes para finalização, mas também a três intercepções e quatro recuperações de posse.
  • Vantagem curta do Benfica ao intervalo, por culpa do excelente jogo do Farense. Os algarvios apresentaram-se na Luz organizados, descomplexados, à procura do golo e a pressionar em zonas bastante adiantadas do terreno, complicando sobremaneira a construção benfiquista.
  • Aliás, os “leões” de Faro chegaram ao intervalo com mais remates (8 contra 6) e mais enquadrados (5-4). O melhor em campo era, por isso mesmo, Vlachodimos, com um GoalPoint Rating de 7.1, com cinco defesas, todas a remates na sua grande área. O reforço Nicolás Otamendi vinha logo a seguir, com 6.4, já com quatro desarmes e três intercepções.
  • Mau arranque para o Benfica, que permitiu cedo o empate. Otamendi, que estava a fazer um belo jogo, fez falta sobre Nikola Stojiljković e o juiz da partida assinalou penálti. Vlachodimos, contudo defendeu o pontapé de Ryan Gauld. Mas não evitou o empate na jogada seguinte, com Jonatan Lucca a marcar de cabeça, na sequência de um canto da direita. E aos 58 minutos o Farense marcou de novo.
  • Lance confuso, a bola acabou por sobrar para Fabrício Isidoro que atirou a contar. Mas o tento foi anulado por fora-de-jogo de Ryan Gauld momentos antes. Um período de grande qualidade do Farense, frente a um Benfica que não conseguia ganhar superioridade no meio-campo. E aos 61 minutos, Vlachodimos negou o golo a Stojiljković.
  • Aos 65 minutos o Benfica ainda não tinha “regressado” dos balneários. O Farense mandava no jogo, com 59% de posse de bola e quatro remates, três enquadrados, contra uma tímida tentativa dos “encarnados”, sem a melhor direcção. Nesta fase, os homens da Luz somavam somente uma acção com bola na área algarvia.
  • Aos poucos o Benfica voltou a ter bola e a encostar o Farense à sua grande área a os lisboetas acabaram por marcar. Aos 78 minutos, Álex Grimaldo cruzou da esquerda e o recém-entrado Haris Seferovic saltou mais alto que todos e cabeceou para o fundo das redes, ao terceiro remate benfiquista na segunda parte, segundo enquadrado.
  • O Farense não pareceu ter energia para reagir ao golo e deixou de ter bola, com o Benfica a recuperar os 60% de posse no segundo tempo. E acabou mesmo por ampliar para 3-1. Julian Weigl recuperou a bola, serviu Seferovic, que passou a Darwin e este, após bom trabalho, devolveu ao suíço, que atirou a contar para o 3-1.
  • O Farense ainda reduziu, anos descontos, por Patrick, após um erro de Otamendi. Um golo que deu mais brilho a uma prestação de grande valor dos visitantes.

José Sena Goulão / Lusa

 

O melhor em campo GoalPoint

O grande jogo do Farense teve em Jonatan Lucca o seu protagonista. O médio brasileiro foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 8.1, pouco visto entre visitantes na casa dos “três grandes”.

Para além do golo que marcou, do 1-1, registou ainda dois passes para finalização, êxito nos três dribles que tentou, ganhou os três duelos aéreos em que participou e ainda registou três desarmes e outras tantas intercepções. Uma prestação para mais tarde recordar.

 

Jogadores em foco

  • Odysseas Vlachodimos 7.7 – O facto de o guardião benfiquista ter registado o segundo melhor rating diz muito do que foi o jogo. O Farense rematou e enquadrou mais do que o Benfica e o grego foi chamado a muito trabalho. Ao todo fez sete defesas, todas a remates na sua grande área, três a disparos de perto (a menos de oito metros), e ainda travou uma grande penalidade.
  • Haris Seferovic 6.7 – O suíço está diferente, transparecendo mais alegria a jogar, e isso reflecte-se nos golos. O suíço actuou 37 minutos, mas revolucionou o jogo, com dois golos nos únicos remates que fez, um deles de cabeça, numa bela impulsão.
  • Fabrício Isidoro 6.5 – Mais um médio brasileiro que brilhou e causou muitos problemas ao Benfica. Fabrício até marcou um golo, mas o lance foi anulado. Forte no trabalho defensivo, registou quatro intercepções e dois desarmes.
  • Darwin Núñez 6.3 – O golo tarda em aparecer e esse facto nota-se na ansiedade com que o uruguaio aborda os lances. Desperdiçou uma ocasião flagrante, mas acabou por compensar esse facto com uma assistência em dois passes para finalização, sete acções na área contrária e três dribles eficazes em quatro.
  • Pizzi 6.2 – Mais um golo para o médio benfiquista, que abriu o activo ao quarto-de-hora. Somou também seis passes valiosos (entregas certas a menos de 25 metros da baliza), averbou o número máximo de passes certos (59), recuperou nove vezes a posse e foi o jogador mais interventivo, com 93 acções com bola.
  • Rafa Silva 6.1 – Jogou somente 53 minutos, mas quando saiu apresentava números interessantes: uma assistência, dois passes para finalização, quatro acções com bola na área contrária, sete recuperações de posse e três intercepções.
  • Nicolás Otamendi 3.7 – A estreia do argentino foi agridoce. Após uma primeira parte em que foi o segundo melhor em campo, com acções defensivas de grande qualidade, borrou a pintura na segunda, com uma grande penalidade cometida e um erro que terminou no 3-2 final. Ainda assim somou quatro desarmes e cinco intercepções.

 

Resumo

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