Deputados da Bélgica votaram esta quarta-feira uma resolução para colocar fim ao regime de pensão do governo alemão a antigos cidadãos belgas que colaboraram com o regime nazi.
Segundo a imprensa local, milhares de pessoas teriam beneficiado no país da medida em vigor desde os anos 1950.
O texto votado nesta quarta-feira pelos deputados belgas denuncia a manutenção da medida ao longo das últimas décadas. Segundo o documento, o benefício “é uma injustiça às vítimas do nazi, que não recebem nenhum tipo de ajuda, enquanto os colaboradores do regime nazi recebem um montante sobre o qual não pagam impostos”.
As controversas pensões são repassadas mensalmente a moradores da região de Flandres e da Valónia, que se aliaram ao exército nazi entre 1939 e 1945. Eles recebem o montante graças a uma lei alemã, adotada em 1951, que permite às vítimas da II Guerra Mundial obter o bónus.
Na Bélgica, apenas as pessoas em situação de invalidez e que não foram condenadas por crimes de guerra poderiam, inicialmente, beneficiar da medida.
No entanto, segundo Christophe Brüll, especialista das relações belgo-alemãs da Universidade de Luxemburgo, os critérios sobre os beneficiários do sistema são imprecisos, o que permitiu que dezenas de ex-nazi recebessem o valor.
“Os motivos para invalidez são difusos. Quanto à questão da condenação, nos anos 50, não sabíamos quem havia feito o quê. Havia pouca verificação dos factos. Há uma zona obscura sobre essa questão”, avalia o especialista.
O governo belga alega desconhecer a quantidade de pessoas que receberam a pensão até hoje e não tem informações sobre a identidade desses cidadãos, que seriam milhares, de acordo com a imprensa do país. Segundo Bruxelas, a Alemanha jamais teria revelado a lista das pessoas.
Durante uma audiência na Câmara de Representantes da Bélgica, em 2017, o embaixador da Alemanha no país, Rüdiger Lüdeking, afirmou que 27 belgas receberiam o benefício mensal. Segundo ele, o bónus seria da ordem de 385 euros por mês.
Além da Bélgica, a Alemanha também tem dificuldades em lidar com a questão. Desde 2008, uma lei alemã permite o cancelamento deste tipo de benefício, mas o recurso é pouco utilizado. Apenas 99 pessoas entre as cerca de 50 mil beneficiárias deste sistema suspenderam o bónus no país.
// RFI
Uns pagam sem saber muito bem porquê, outros têm cidadãos que recebem e não pagam impostos, mas não sabem muito bem quem, quanto e também porquê. Enfim, é esta gente que supostamente se arvora em líderes da Europa e acham que tem o direito de dizer aos outros onde e quanto devem cortar nos seus orçamentos e estão sempre a recomendar a necessidade e urgência de efetuar mais e mais “reformas estruturais”. É o velho ditado “ Faz o que eu digo, não faças o que eu faço”.
Que o estado alemão (ocidental) pagava a antigos colaboradores do Reich pensões até hoje não era novidade. Inclusive aos antigos membros da Divisão Azul (franquistas que foram combater com os alemães na União Soviética).
Não é de estranhar…afinal os membros do exército nazi mantiveram os postos e as pensões. Já os do exército da Alemanha oriental foi-lhes ritirado tudo depois da unificação, reformas, pensões, direito aos postos de hierarquia, tudo… Só por aí já se vê com o que estamos e estivémos a lidar todos estes anos.
“As controversas pensões são repassadas mensalmente a moradores da região de Flandres e da Valónia, que se aliaram ao exército nazi entre 1939 e 1945.”
Mas ainda existe alguma desta gente viva? 74 anos passados será difícil mas…
Pois é, os alemães tem a mania da honestidade e de não faltar à palavra dada… Já em Portugal. Será que o nosso Estado alguma vez ajudou os militares africanos que lutaram pelo nosso lado nas colónias?
Hahahaaaaa…
Apoiar quem colaborou com criminosos é honestidade, mas depois esqueceram-se de apoiar as vítimas!…
E, sim muitos militares africanos até vieram para Portugal!
O meu avô recebeu essa pensão por parte do estado alemão até 2012, ano em que faleceu. Eram 350 euros na altura. Não o recrimino por nada do que tenha feito. Eram tempos complicados, muita pobreza, muitos ideais, muitas revoluções, revoltas, muitos sonhos e confusões e muita ignorância da população em geral. O homem era jovem, pujante e com ideias próprias. Voluntariou-se ao lado dos falangistas na guerra civil espanhola e depois disso , para a divisão azul . Foi combater na frente oriental e teve a sorte de sobreviver e retirar- se para o ocidente, onde foi capturado por americanos no norte de Itália em finais de 1944. Ficou em cativeiro como prisioneiro de guerra até 1948, ano em que se atestou de onde era natural. . .o estado português nunca o foi retirar e nunca admitiu ter nessa guerra um único soldado.
Atracou em Lisboa , voltou á terrinha ( Oliveira do bairro ) , tratou de papelada e emigrou para o Brasil. Nunca mais regressaria á pátria até morrer…..
E foi assim parte da história do meu avô Carlos Ferreira Simões..