Os “bebés da pandemia” desenvolveram proteção contra doença comum

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Os confinamentos impostos durante a pandemia de covid-19 tiveram um impacto no desenvolvimento do microbioma intestinal dos bebés nascidos neste período.

Um estudo recente, conduzido por uma equipa internacional de cientistas, é o primeiro a explorar a saúde intestinal dos recém-nascidos que nasceram durante a pandemia de covid-19.

Os investigadores analisaram amostras fecais de 365 bebés nascidos nos primeiros três meses da pandemia, comparando-as com as de um grupo de bebés nascidos no período pré-pandémico.

Depois, recolheram amostras de fezes aos seis, 12 e 24 meses, tendo sido realizados testes de alergias aos 12 e 24 meses.

Foram também utilizados questionários online para recolher informações sobre a alimentação, o ambiente doméstico e a saúde das crianças.

A análise revelou diferenças significativas no desenvolvimento do microbioma destes bebés, sendo que aqueles que nasceram durante o confinamento também apresentaram taxas de doenças alérgicas, como alergias alimentares, inferiores às esperadas.

Segundo a News Medical, os resultados mostram benefícios para a saúde intestinal como resultado dos confinamentos, incluindo taxas mais baixas de infeção e consequente utilização de antibióticos, assim como uma maior duração do aleitamento materno.

No fundo, diz a News Medical, os bebés criados durante as restrições de distanciamento social apresentam mais micróbios benéficos adquiridos da mãe após o nascimento, um fator que atua como uma defesa.

“Este estudo oferece uma nova perspetiva sobre o impacto do isolamento social no início da vida no microbioma intestinal. Nomeadamente, as taxas mais baixas de alergias entre os recém-nascidos podem realçar o impacto do estilo de vida e dos fatores ambientais, como o uso frequente de antibióticos, no aumento das doenças alérgicas”, explicou Jonathan Hourihane, pediatra da Children’s Health Ireland Temple Street.

O objetivo dos investigadores é voltar a examinar estas crianças “quando atingirem os cinco anos de idade para ver se há impactos de longo prazo dessas mudanças interessantes no microbioma intestinal inicial”.

O artigo científico está disponível para consulta no The Journal of Allergy and Clinical Immunology.

ZAP //

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