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Baterias de lítio-enxofre melhores e mais baratas? O segredo é uma pitada de açúcar

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Uma colher cheia de açúcar pode ser o suficiente para permitir que um veículo elétrico faça uma viagem de Melbourne a Sidney (878 km) com uma única carga.

Atualmente, os automóveis elétricos e os telemóveis utilizam baterias de iões de lítio feitas com materiais tóxicos e exóticos cada vez mais escassos. Por outro lado, as baterias de lítio-enxofre utilizam materiais mais baratos e abundantes, ao mesmo tempo que contêm duas a cinco vezes mais energia por quilograma do que as suas contrapartes.

Há apenas um senão: degradam-se muito rapidamente à medida que são recarregadas porque o elétrodo de enxofre positivo sofre de expansão e contração substanciais. Estes movimentos enfraquecem-no, tornando-o inacessível ao lítio.

Agora, uma equipa de cientistas da Universidade de Monash, na Austrália, descobriu que basta acrescentar uma substância “secreta” para tornar as baterias de lítio-enxofre melhores e mais baratas. Segundo o Interesting Engineering, podem ser recarregadas 1.000 vezes e custam substancialmente menos do que as equivalentes de iões de lítio.

No ano passado, a equipa já tinha demonstrado que podia abrir a estrutura do elétrodo de enxofre para permitir a sua expansão e torná-lo mais acessível ao lítio. Recentemente, os cientistas foram capazes de estabilizar o enxofre e impedi-lo de se mover incorporando açúcar na arquitetura do elétrodo em forma de teia.

Os investigadores construíram protótipos de células de teste, que demonstraram uma vida útil de carga-descarga de, pelo menos, 1.000 ciclos, mantendo ao mesmo tempo uma capacidade significativamente maior do que as baterias equivalentes de iões de lítio.

No futuro, acreditam os cientistas, será possível construir um protótipo de bateria capaz de armazenar duas a três vezes mais energia do que uma bateria de iões de lítio do mesmo tamanho. Além disso, em termos de produção, estas baterias serão mais baratas, uma vez que empregam enxofre barato e abundante.

“Em menos de uma década, esta tecnologia poderia conduzir a veículos, incluindo autocarros e camiões elétricos, capazes de viajar de Melbourne até Sidney sem recarga. Poderia também permitir a inovação na entrega e nos drones agrícolas, onde o peso leve é primordial”, reagiu o autor principal Mainak Majumder.

O artigo científico foi publicado no dia 10 de setembro na Nature Communications.

Liliana Malainho, ZAP //

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6 Comments

  1. Pelos vistos são baterias gulosas, mas se forem como eu, penso que com chocolate ainda vão durar muito mais e mais eficazes, nada como ensaiar!

  2. Eu continuo à espera da investigadora do Departamento de Engenharia Física da FEUP, Maria Helena Braga, responsável pela investigação, explicou que a inovação surgiu da necessidade de entender o “funcionamento de um eletrólito (substância que se dissolve para originar uma solução que conduz eletricidade) de vidro ferro elétrico”.

  3. Aconselho vivamente a ler este artigo – A portuguesa que trabalha com o Nobel da Química para mudar o mundo

    Usa o lítio mas com diferenças.

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