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Baterias de cimento podem permitir que edifícios armazenem eletricidade

Chalmers University of Technology

Uma equipa de investigadores está a construir os primeiros protótipos de um tipo inédito de bateria: uma bateria recarregável de cimento.

O cimento tornou-se capaz de conduzir eletricidade e gerar calor, sendo que a técnica começa com a adição de pequenas fibras de carbono ao cimento (0,5% em volume), para melhorar a sua condutividade elétrica – com um ganho adicional de uma maior resistência à flexão.

Contudo, criar uma bateria recarregável exige mais do que conduzir eletricidade. Por isso, os especialistas incorporaram ao cimento, uma malha de fibra de carbono revestida de metal. Depois de uma série de experiências, obtiveram os melhores resultados através do uso do ferro.

Os primeiros protótipos da bateria recarregável à base de cimento alcançaram uma densidade de energia média de 7 watts por metro quadrado (Wh/m2), ou 0,8 watts por litro (Wh/L).

A densidade da energia ainda é baixa em comparação com as baterias comerciais, mas essa limitação pode ser superada graças ao grande volume no qual a bateria pode ser construída quando usada em edifícios.

Emma Zhang, uma das investigadoras envolvidas no projeto, acredita que as primeiras aplicações deverão ser colocadas fora da rede, provavelmente em combinação com painéis solares – por exemplo, na alimentação de serviços 4G em locais remotos.

Mesmo que os desenvolvimentos futuros não correspondam às expectativas dos investigadores, estes acreditam que já se pode pensar na tecnologia em aplicações como iluminação a LED, disponibilização de conexões sem fios ou mesmo na criação do que chamam de “concreto funcional” – no qual a tecnologia de armazenamento de energia traria uma proteção catódica contra a corrosão.

A equipa reconhece que a ideia ainda está num estágio inicial. Algumas questões técnicas ainda precisam de ser resolvidas antes de se pensar na comercialização das baterias de cimento, escreve o IFL Science.

“Como as infraestruturas geralmente são construídas para durar cinquenta ou até cem anos, as baterias precisariam de ser refinadas para corresponder a esta expectativa, ou para serem mais fáceis de trocar e reciclar quando a sua vida útil terminar. Por agora, essa ideia oferece um grande desafio do ponto de vista técnico,” reconheceu Zhang.

Ana Isabel Moura, ZAP //

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