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Bancos obrigados a corrigir preços cobrados aos clientes

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Mário Cruz / Lusa

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa

O Banco de Portugal (BdP) recebeu 7.603 reclamações de clientes bancários e instaurou 37 contra-ordenações, contra 17 instituições, no primeiro semestre deste ano.

O banco central divulgou, esta segunda-feira, a Sinopse de Actividades de Supervisão Comportamental, um documento que resume a intervenção da entidade, junto dos bancos, nos primeiros seis meses do ano.

O relatório aponta “o aumento das reclamações” nos capítulos do crédito hipotecário e do crédito aos consumidores, “cuja média mensal aumentou, respectivamente, 32,4% e 10,4% relativamente ao ano anterior”.

Já “as reclamações sobre contas de depósito diminuíram 2,8%”, adianta o Banco de Portugal (BdP) num comunicado citado pela Agência Lusa.

Entre Janeiro e Junho deste ano, o BdP recebeu a comunicação de 581 alterações aos preçários levadas a cabo por 95 entidades financeiras, “326 das quais relativas a cobranças de comissões e despesas”, avança o Correio da Manhã, citando o relatório de Supervisão Comportamental. Destas, 119 casos mereceram exigências de correcção por parte do BdP, segundo o jornal.

Na análise aos dados divulgados pelo BdP, o CM repara que a cobrança de comissões, especialmente nas contas à ordem, foi a questão que mais reclamações mereceu.

Banco CTT e Santander Totta lideram queixas

Em termos de entidades bancárias concretas, o Jornal de Negócios avança que o Banco CTT e o Santander Totta lideram as queixas dos clientes, nos segmentos de depósitos e de crédito hipotecário, ultrapassando a concorrência estrangeira.

O Banco CTT destaca-se em termos de queixas relacionadas com depósitos, com “1,13 reclamações por cada 1.000 contas existentes”, refere o Negócios. O Deutsche Bank é o segundo banco com mais reclamações, neste capítulo, e em terceiro lugar surge o BBVA.

Em termos de contratos de crédito hipotecário, o Santander Totta é o líder das queixas “com 1,12 reclamações por cada 1.000 contratos celebrados”, segundo o mesmo jornal. O Banco BIC surge em segundo lugar e o BBVA é terceiro nas queixas.

No crédito ao consumo, a líder das queixas é a financeira FCE, do grupo Ford, “com 1,15 reclamações por cada 1.000 contratos”, aponta o Negócios. Seguem-se Caixa Leasing, Factoring e Deutsche Bank.

37 processos de contra-ordenação

Na Sinopse de Atividades de Supervisão Comportamental, o banco central conclui que em 62% das reclamações encerradas, “não foram detectados indícios de infracção por parte da instituição reclamada”, e que nos restantes 38% “a situação reclamada foi resolvida por iniciativa da instituição ou por actuação do BdP”.

No primeiro semestre de 2017, a instituição liderada por Carlos Costa emitiu 230 determinações específicas dirigidas a 46 instituições “exigindo a correcção das irregularidades detectadas”.

Neste âmbito, o BdP instaurou 37 processos de contra-ordenação contra 17 instituições, “que incidiram sobretudo sobre a comercialização de crédito aos consumidores (11 processos) e as regras de comunicação de informação à central de responsabilidades de crédito (9 processos)”.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Isto é tudo uma mentira.
    O que a maioria dos bancos tem feito é cumprir as “ordens” que este senhor tem dado.
    Será que neste relatório consta alguma multa a algum banco?

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