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Azeredo Lopes demite-se (mas diz-se inocente)

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José Sena Goulão / Lusa

O ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes

O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, demitiu-se hoje do Governo para evitar que as Forças Armadas sejam “desgastadas pelo ataque político” e pelas “acusações” de que disse estar a ser alvo por causa do processo de Tancos.

Na base do pedido de demissão de Azeredo Lopes estão os desenvolvimentos do processo de investigação judicial ao furto e recuperação das armas furtadas nos paiós de Tancos.

“Não podia, e digo-o de forma sentida, deixar que, no que de mim dependesse, as mesmas Forças Armadas fossem desgastadas pelo ataque político ao ministro que as tutela”, referiu Azeredo Lopes, na carta enviada ao primeiro-ministro e a que a agência Lusa teve acesso.

O ministro cessante voltou a negar que tenha tido conhecimento, “direto ou indireto, sobre uma operação em que o encobrimento se terá destinado a proteger o, ou um dos, autores do furto”.

Quanto ao momento em que decidiu sair, Azeredo Lopes explicou que quis aguardar pela finalização da proposta de Orçamento do Estado para 2019 para “não perturbar” esse processo com a sua saída.

O ministro da Defesa conseguiu sobreviver até hoje ao roubo de armas em Tancos e ao seu aparecimento encenado, mas a saída de Azeredo Lopes do cargo de ministro da Defesa era já uma possibilidade defendida dentro do próprio Governo,  segundo revelava o jornal Público esta quinta-feira.

Para o Governo, toda a situação é considerada muito grave. O facto de o ex-diretor da PJM, o coronel Luís Vieira, e o seu antigo porta-voz, Vasco Brazão, – tutelados por Azeredo Lopes –  terem sido constituídos arguidos no âmbito do processo fragilizaram a imagem do ministro da Defesa, nota o matutino.

Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, preferia uma saída rápida de Azeredo Lopes do executivo. Tal como nota o diário, António Costa estará a adotar uma estratégia semelhante à que levou à saída de Constança Urbano de Sousa, que ocupou o cargo de ministra da Administração Interna entre novembro de 2015 e outubro de 2017.

O Presidente da República, entretanto, aceitou já a exoneração de Azeredo Lopes de ministro da Defesa e aguarda a proposta por parte do primeiro-ministro, António Costa, de nomeação de um sucessor.

Segundo uma nota divulgada no portal da Presidência da República na Internet, “o primeiro-ministro informou esta tarde o Presidente da República do pedido de demissão do ministro da Defesa Nacional”, nos termos da Constituição, “mais tendo acrescentado que oportunamente proporia o nome de um substituto”.

O chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas “aceitou a proposta de exoneração e aguarda a proposta de nomeação de um sucessor”, lê-se na mesma nota.

// Lusa

9 Comments

  1. Parabéns por teres sido o pior ministro da defesa de sempre. De resto este governo já conseguiu ficar para a história em duas ocasiões: o pior ministro da defesa e a pior ministra da administração interna. E o Centeno apenas se salva pela conjuntura económica internacional. Se não não seria o Ronaldo que dizem que é. O homem até é um pouco apalermado.

    • Infelizmente, a política dos jobs for the boys leva a que qualquer um possa ser ministro em vez de escolher para esses lugares gente que “perceba da poda”.

  2. Então e o general Rovisco Duarte (o de uma caixa a mais) e o general Xavier, presidente do IASFA, que permite que se arrende casas sociais, pagas pelos contribuintes, para se fazerem negociatas, estilo aluguer de quartos,
    Esses ficam?

    • Será o novo ministro a decidir.
      Se for alguém com ttoommaatteess, aplicará uma máxima (tristemente célebre, por motivos históricos) bem conhecida: obivamente, demite-os!

  3. Azeredo Lopes demite-se (mas diz-se inocente), eu penso que mais uma vez o homem se enganou pois pretenderia dizer-se incompetente. Ficou provado de facto que não estava preparado para tal cargo e mais burro foi quem lá o meteu.

      • É verdade e é aí de facto que os políticos cometem um erro crasso, porque logo há partida deveria haver uma escolha de alguém com perfil para tal cargo, mas isto de partidos parece uma máfia onde se privilegia os amigos em detrimento da competência e depois dá nisto.

      • Não é “há partida”, é à partida. Não sabe a diferença ente “à” e há? “há” é uma forma do verbo haver, o que não é o caso.
        E não é “se privilegia os amigos”m é se privilegiam os amigos. Falta o m
        Quanto ao conteúdo do texto estou plenamente de acordo.

  4. Va la… é de compreensao lenta mas chegou lá!…
    De inocente nao tem nada e nao convence ninguem disso.
    Ser ingénuo e marioneta já é capaz de convencer muita gente.

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