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Avião da TAP andou a “passear” 14 quilos de cocaína pelo mundo

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Uma rede de tráfico de droga liderada por um comerciante lisboeta importava cocaína da Venezuela. Três funcionários da Groundforce, que trabalhavam no aeroporto, garantiam o desembarque. Mas houve um contratempo.

A importação da droga era feita com recurso a aviões que faziam o trajeto Caracas-Lisboa. Porém, quando a remessa chegou à capital portuguesa, os funcionários não conseguiram retirar a droga. Assim, a aeronave fez mais três viagens, para São Paulo, Boston e New Jersey, até que os mais de 14 quilos de cocaína fossem retirados.

Oito elementos do grupo foram, de acordo com o Diário de Notícias, condenados a penas de prisão entre os 5 anos e 11 meses e os 12 anos. Ao principal líder, um comerciante do ramo automóvel, o tribunal decretou a perda de quase 800 mil euros, já arrestados em contas bancárias de familiares e em automóveis, a favor do Estado.

No centro da rede estava o comerciante do setor automóvel, de 38 anos, residente em Lisboa. A cocaína era sempre adquirida na Venezuela, transportada em aviões comerciais, e depois vendida na Área Metropolitana de Lisboa ou Espanha. Na atividade ilegal participavam várias pessoas, neste processo foram acusados dez envolvidos na importação e revenda da droga.

Além do líder e seus colaboradores, havia os três funcionários da Groundforce que, a troco de dinheiro, aceitaram fazer o desembarque da cocaína. Por cada operação, estes homens que trabalhavam na Portela recebiam entre 25 mil a 30 mil euros.

Para o esquema funcionar, um homem espanhol de 51 anos fazia a ligação aos sul-americanos. Foi dado como provado que era quem estabelecia os contactos com o fornecedor da cocaína em Caracas e quem se encarregava, na maioria dos casos, de fazer chegar aos venezuelanos o dinheiro.

Em Lisboa este homem tinha uma casa alugada por mil euros por mês, onde o grupo reunia e guardava a droga em alguns períodos. Parte da cocaína era levada para Espanha por este indivíduo.

Mês e meio antes de serem detidos, aconteceu um episódio que levou a rede a perder cerca de cinco milhões de euros, segundo revelou na altura a PJ. De forma fortuita, 51 quilos de cocaína em elevado estado de pureza foram encontrados pelas autoridades no interior de um avião originário de Caracas no dia 23 de novembro de 2016.

A droga estava escondida em dois compartimentos, um técnico e outro no porão, e só foi encontrada quando, inadvertidamente, a porta do compartimento do porão se abriu, revelando os blocos de cocaína. No acórdão do tribunal de Lisboa é revelado que o traficante venezuelano, cuja identidade não foi apurada, exigiu um comprovativo de que a cocaína tinha sido apreendida pela PJ, o que foi possível aos portugueses obter após esta polícia ter emitido um comunicado a dar conta do sucedido.

Apesar do contratempo, uma nova remessa foi preparada para dezembro do mesmo ano. Contudo, os venezuelanos recorreram a um diferente compartimento técnico para colocar o produto, local que causava dificuldades aos funcionários da Groundforce para o retirar.

A 28 de dezembro o avião aterrou na Portela, sem que o produto fosse retirado. O avião da TAP viajou para São Paulo, no Brasil, e regressou a Lisboa, com a cocaína oculta. A aeronave volta a levantar, cumprindo a rota Lisboa-Boston, e quando aterra em Portugal, no dia 30 de dezembro, segue para New Jersey. Os arguidos mantiveram a calma, e esperaram pela oportunidade de retirar a cocaína, o que sucedeu no dia 31.

Parte da cocaína saiu logo e seguia no automóvel de um dos arguidos, quando este foi intercetado pela Equipa de Investigação Criminal da PSP que há meses investigava o grupo. Na busca efetuada a um dos funcionários da Groundforce foram ali encontrados mais oito quilos de cocaína em duas cintas.

Os juízes do Tribunal de Lisboa consideraram provado que a cocaína, em ambas as ocasiões, se destinava ao dois líderes da rede, o comerciante de automóveis e o espanhol. Outros três indivíduos foram dados como colaboradores no transporte e revenda da droga em Portugal, com os três funcionários da Groundforce a serem os responsáveis por tirar a cocaína dos aviões e a fazer sair do aeroporto.

ZAP //

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4 Comments

  1. Se fosse um motorista profissional de um Camião ou Autocarro, este estava condenado, e os Pilotos destas Aeronaves ???

  2. Business as usual …
    Cá para mim que estes foram apanhados por que começaram a fazer concorrência “desleal” a outros traficantes maiores sem pedir autorização.
    Se tivessem pagado as luvas todas que tinha de pagar isso não lhes tinha acontecido.

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