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Avante limitado a 16.563 pessoas em simultâneo. DGS reconhece “risco real” de contágios

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Mário Cruz / Lusa

A Direção-Geral de Saúde (DGS) publicou esta segunda-feira o parecer técnico sobre a “Festa do Avante”, reconhecendo que o evento acarreta um “risco real” de contágios e recomendado que seja limitado a 16.563 pessoas em simultâneo.

“No contexto atual da epidemia em Portugal e, em particular, na Área Metropolitana de Lisboa, em situação de contingência, verifica-se, pois, um risco real de que, durante o evento, circulem pessoas infetadas, com ou sem sintomas”, pode ler-se no documento, citado pelo Expresso sobre a “Festa do Avante”, agendada para este fim-de-semana.

O semanário sublinha que o parecer da DGS menciona, pelo menos três vezes, que a realização do evento pode implicar riscos para a saúde pública.

“A tipologia do evento acarreta diferentes riscos, não só pelo número de participantes mas também pelas características, comportamento esperado, local do evento, duração, atividades disponíveis, circuitos de circulação de pessoas, situação epidémica, entre outros múltiplos critérios”, escreveram os técnicos do organismo.

E acrescentam: “a componente social subjacente ao evento, acarreta grande mobilidade dos participantes e comportamentos de proximidade, sendo a partilha tendencialmente inevitável, assim como a participação de membros de várias gerações, o que implica a potencial exposição de pessoas que pertencem a grupos mais vulneráveis”.

As recomendações da DGS

Para minimizar os eventuais riscos, o organismo liderado por Graça Freitas deixa uma série de recomendações: o festival deverá ter, no máximo, 16.563 pessoas em simultâneo e a venda de álcool deverá ser proibida a partir das 20 horas.

Na prática, a DGS reduz para metade a limitação apontada pelo PCP (33 mil pessoas).

“Com base na aplicação do princípio da precaução em saúde pública, deve ser observada a regra de ocupação máxima de uma (1) pessoa por 8 m2 , em espaços abertos, e de uma (1) pessoa por 20 m2 , em espaços fechados, contabilizada em função de cada atividade destinada a uma ocupação específica”, pode ler-se no documento.

A DGS aponta mesmo o número de pessoas por palco: não poderão estar mais que 2.000 no Palco 25 de Abril ou 625 no Auditório 1º Maio. As esplanadas não devem acumular mais de 2.500 pessoas, as áreas de lazer 4.375 ou 4.875 nas ruas, elenca o Eco.

DGS

As zonas destinadas a a espetáculos devem estar organizados em plateia, com lugares sentados – os comunistas queriam o público de pé na “Festa do Avante!”.

Aconselha-se também que não seja permitido o consumo de bebidas alcoólicas, sendo que a venda será proibida a partir das 20h, exceto se acompanhar refeições nos espaços próprios para os efeitos.

O uso de máscara é recomendado para “todas as pessoas com idade superior a dez anos, em todo o recinto, incluindo os espaços destinados a atividades específicas, durante todo o tempo que neles permaneçam com exceção das regras aplicáveis aos espaços de restauração e similares”, acrescenta ainda o documento que deixa uma aviso.

“A imprevisibilidade da evolução epidemiológica da covid-19 implica uma avaliação de risco contínua e, de acordo com o nível de risco apurado, a reavaliação das medidas implementadas, bem como o seu cumprimento”.

A “Festa do Avante!” decorre este fim-de-semana (4 a 6 de setembro) na freguesia daAmora, concelho do Seixal e distrito de Setúbal, na Área Metropolitana de Lisboa.

A divulgação deste documento parece ter gerado alguma mossa entre PCP, DGS, Governo e o Presidente da República, que veio questionar o motivo pelo qual as regras para as festa dos comunistas não eram divulgadas publicamente.

ZAP //

3 Comments

  1. De 100.000 já vai em 16.500 ! Isto significa tudo. Significa que não têm a coragem de determinar que este ajuntamento de perto de 50.000 pessoas em 3 dias, não é autorizado. Fica mais claro que, ou temos 2 países ou não temos governo.

  2. Este ano podiam ter pensado em organizar esta festa na Suécia onde se insiste na imunidade de grupo apesar dos seus mais de 5800 mortos.

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