Autoridades preparam encerramento dos cafés no bairro da Jamaica para conter surto

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Mário Cruz / Lusa

As autoridades de saúde estão a preparar o encerramento dos cafés no bairro da Jamaica, no Seixal, para conter o surto de covid-19 detetado entre os moradores.

A informação foi avançada à agência Lusa pelo delegado regional de saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Mário Durval explicou que a medida, que está a ser preparada pela delegada de saúde local, poderá durar cerca de duas semanas.

Hão de ser enviadas determinações para os cafés. A minha colega é que determinará, de acordo com a realidade local”. O delegado regional de saúde explicou ainda que, “em princípio, na covid-19 os encerramentos duram cerca de 14 ou 15 dias”, mas que o período de encerramento neste caso dependerá da realidade local.

“A principal medida é o isolamento dos casos conhecidos. O encerramento dos cafés é acessória, para evitar os contactos”, acrescentou.

Na quarta-feira, a associação de moradores de Vale de Chícharos, no Seixal, defendeu que o bairro, mais conhecido como Jamaica, deveria ser “isolado” e limitado aos moradores, responsabilizando as “pessoas que vêm de outros concelhos” pelo foco de infeção.

“Deviam mesmo isolar o bairro e só saía ou entrava quem aqui mora”, disse à agência Lusa o presidente da Associação de Desenvolvimento Social de Vale de Chícharos, Salimo Mendes, que está preocupado com a aglomeração de pessoas nos cafés que se localizam junto ao bairro, no distrito de Setúbal.

Os cafés ao fim de semana não deixam dormir as pessoas que trabalham, com música e ajuntamento de pessoas que não usam máscara”, relatou.

Na terça-feira, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, informou que foram identificados três focos comunitários na área abrangida pelo Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Almada-Seixal, com um total de 32 pessoas infetadas, 16 dos quais no Jamaica.

Atualmente ainda residem 74 famílias em condições precárias nos edifícios inacabados de Vale de Chícharos (lotes 13, 14 e 15), as quais aguardam pela segunda fase de realojamentos, que deveria ter acontecido até dezembro do ano passado.

Em 17 de fevereiro, a Câmara do Seixal informou que o processo se encontrava atrasado devido à especulação, apelando ao Governo para reduzir o “grande diferencial” de comparticipação nos realojamentos. A primeira fase terminou em 20 de dezembro de 2018, quando 187 pessoas foram distribuídas por 64 habitações em várias zonas do concelho.

Dos novos casos registados esta quarta-feira, 97% foram na região de Lisboa.

Os últimos dados indicam que em Portugal morreram 1.356 pessoas das 31.292 confirmadas como infetadas pelo novo coronavírus.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 352 mil mortos e infetou mais de 5,6 milhões de pessoas em todo o mundo. Cerca de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados pelas autoridades de saúde.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. O que deveria ser “encerrado” é este vergonhoso gueto. Antro de promiscuidade e insalubridade inaceitável. Carecendo de um programa Social a décadas !… Como podemos criticar o Brasil e as suas favelas ??????

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